A Refinaria Abreu e Lima é realmente um projeto para 2013. Em entrevista a um jornal local, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou o que já era esperado: as obras da unidade de refino terão um atraso maior por conta do planejado e só estarão prontas daqui a três anos. Em resposta à Folha, a Petrobras ratificou a versão do presidente e confirmou que o seu Plano de Negócios para os próximos anos já anunciava esse adiamento. Atualmente, foi realizado 20% da construção do empreendimento que estará operando com o processamento de 230 mil barris diários de petróleo. “Se nós fôssemos pensar em realizar apenas obras que terminassem em nosso período de governo, não daríamos início a nenhuma grande obra, a nenhuma obra estruturante”, alegou Lula.
A Refinaria enfrentou dificuldades burocráticas e suspeitas de superfaturamento, teve também entraves na formação da sociedade que iria geri-la. No caso, a PDVSA (estatal venezuelana que ficou de arcar com parte dos investimentos) recuou várias vezes antes de firmar a parceria com a Petrobras, gerando um clima de constrangimento e insegurança que só foram apaziguados após a petrolífera brasileira informar que arcaria com os custos da indústria mesmo que de forma isolada.
Por outro lado, o Tribunal de Contas da União (TCU) chegou a apontar indícios de superfaturamento na terraplanagem e chegou a propor a paralisação das obras. Foi preciso o Governo Federal intervir e determinar que o projeto fosse tocado em nome dos “ganhos” que traria para o Estado. A Refinaria Abreu e Lima é a obra mais cara da história de Pernambuco, alcançando a cifra dos R$ 23 bilhões. Inicialmente, a previsão de inauguração da unidade estava prevista para acontecer em 2011.