Jornal do Commercio - PE
O início do período de chuvas representa demissões na obra da terraplenagem da Refinaria Abreu e Lima, em Suape. Com a impossibilidade de movimentar terra nesse período, a obra ficará com apenas 150 funcionários a partir do próximo mês, contra um pico 2.800 que já foi atingindo. O término dos serviços também foi prolongado, de maio deste ano para março de 2010, por causa das diferenças encontradas entre o projeto original e as condições reais do terreno. Entretanto, o empreendimento segue sendo analisado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que alega haver superfaturamento no serviço.
“Temos hoje 250 pessoas, mas esse número deve baixar para 150 em maio, até a chuva passar. Vamos manter o pessoal de manutenção, drenagem e o pessoal de escritório”, informou Paulo Falcão, engenheiro responsável pela obra que é tocada pelo consórcio Terraplenagem, composto pelas empresas Odebrecht, Queiroz Galvão, Galvão Engenharia e Camargo Corrêa.
Originalmente, o serviço seria encerrado no próximo mês, mas durante a execução foram encontrados divergências grandes entre o que estava previsto no projeto entregue pela Petrobras e o verificado de fato. No cronograma físico, a terraplenagem já avançou para cerca de 70%, mas, de acordo com Falcão, o que falta ser tocado não interfere na execução das próximas etapas da refinaria, como a construção dos prédios e montagem de equipamentos – como tanques e casa de força. “Por causa dos aterros que tivemos que fazer, a obra vai terminar em março de 2010. São aterros controlados, que tem que esperar três meses. Mas a obra está praticamente liberada, pois essas área de solo mole estão na periferia da refinaria”, explicou Falcão. Em setembro, com a volta do período de sol, a terraplenagem terá o última momento de pique, com a contratação de até 1.000 pessoas, encerrando os trabalhos em março do ano seguinte.
O atraso também é possível porque a terraplenagem deixou de ser um processo crítico para a Petrobras. A intenção da empresa era acelerar a movimentação de terra para que os demais pacotes de construção da refinaria tivesse início acelerado, de forma que a unidade pudesse operar parcialmente já a partir do segundo semestre de 2010. Mas, quando a Petrobras recebeu as propostas de preço das unidades da licitação, foi surpreendida com preços bem acima do esperado, totalizando um custo total para a unidade de R$ 23 bilhões. Os valores considerados acima do desejável foram alvo de relicitação, que ainda terão suas propostas de preço apresentadas.
Se prazo não é problema para a terraplenagem da refinaria, não é o mesmo que se pode dizer de preço e fiscalização do TCU. O tribunal identificou superfaturamento de R$ 94 milhões e determinou a retenção de pagamentos. O mérito da questão deve ser decidido apenas em junho.
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