Jornal do Commercio
O maior project finance do mundo, no primeiro trimestre, foi feito para o consórcio Santo Antônio Energia, responsável pela construção e operação da hidrelétrica de Santo Antônio, segundo relatório da consultoria internacional Dealogic. A engenharia financeira prevê crédito de R$ 6,2 bilhões para a instalação da usina no Rio Madeira, em Rondônia.
O financiamento será composto metade (R$ 3,1 bilhões) por capital do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e metade via empréstimos de um pool de instituições nacionais, formado por Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Banco da Amazônia, Banco do Nordeste do Brasil, Bradesco, Santander, Itaú-Unibanco e Banco do Espírito Santo.
O financiamento de R$ 6,2 bilhões tem prazo de 25 anos, custo de Taxa de Juros de Longo Prazo e prêmios que variam de 2,8% a 3,8%. As duas primeiras parcelas de R$ 800 milhões cada (uma do BNDES e a outra de repasse dos bancos) foram liberadas no fim de março e no final de abril, respectivamente.
De acordo com a consultoria Dealogic, o volume global de project finance teve queda de 43% no trimestre em relação a igual período de 2008. Todas as regiões do mundo registram redução, exceto a região da América Latina e Caribe, que apresentou crescimento de 236% no período, motivado, entre outros fatores, pelas negociações do projeto da Usina Hidrelétrica Santo Antônio. Segundo o relatório, apenas sete projetos superaram a marca de US$ 1 bilhão no primeiro trimestre de 2009 - equivalente a menos da metade do registrado em igual período do ano passado.
A hidrelétrica de Santo Antônio, no Rio Madeira, em Rondônia, será a terceira maior usina do Brasil em energia assegurada, com uma potência instalada de 3.150 megawatts, equivalente a 4% de toda a energia gerada no Brasil em 2007. Inicialmente, a usina estava com operação comercial marcada para 2012, mas, no último dia 13 o presidente de Furnas, Carlos Nadalutti Filho, afirmou que o prazo pode ser adiantado para 2011. No momento, a obra está em fase de escavações, instalação de canteiros de obras e preparação do terreno para depósito de materiais.
Belo Monte. A usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA), no Pará, deverá ter, no total, 27 turbinas geradoras de energia para atingir sua potência máxima de mais de 11 mil megawatts (MW). Esta é uma das informações que constam do Estudo do Impacto Ambiental e do Relatório de Impacto Ambiental (EIA-Rima) do projeto, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama). O EIA-Rima de Belo Monte foi elaborado pela Eletrobrás em parceria com Odebrecht, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez.
O extenso documento aborda aspectos que vão das instalações do canteiro de obras à construção de estruturas que permitam a passagem de peixes pela futura barragem. A localização exata da usina, aliás, será a apenas 40 quilômetros da cidade paraense de Altamira.
As 27 turbinas serão divididas entre duas casas de força: a principal, com 20 máquinas do tipo francis, verticais, terá capacidade para 11 mil MW. A casa de força secundária terá sete turbinas do tipo bulbo (horizontais) e potência total de 181 MW.
O reservatório de água de Belo Monte deverá ter aproximadamente 516 quilômetros quadrados de extensão. A previsão é ligeiramente superior aos 440 quilômetros quadrados que constavam do estudo técnico de viabilidade.
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