Petroquímica

Projeto ainda depende licença ambiental da via de acesso

Valor Econômico
16/06/2009 07:58
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A construção da principal estrada de acesso ao Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), uma via de 7,8 quilômetros de comprimento, preocupa parte da população de Itaboraí, na região metropolitana do Rio. O receio é que a rodovia, em fase de licenciamento ambiental, fique pronta antes da duplicação da BR-493, estrada à qual se ligará, o que deve provocar grandes congestionamentos de caminhões na região. A BR-493 integra o Arco Metropolitano do Rio de Janeiro, um dos projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

 


“Como ficará a mobilidade das pessoas (de Itaboraí) nas fases de construção e início da operação da rodovia do Comperj, que deve ficar pronta antes da duplicação da BR-493?”, diz Samuel Dias Dionísio, secretário de Transportes de Itaboraí. Dionísio participou, na semana passada, de audiência pública que discutiu a licença prévia (LP) do principal acesso rodoviário do Comperj. A estrada é estratégica, pois é por ela que entrarão todos os equipamentos do complexo, incluindo as maiores peças como reatores de 1,6 mil toneladas cada um.

 


Na audiência, realizada em uma noite fria no distrito de Itambi, local onde passará a estrada, ficou claro que os moradores são favoráveis ao projeto. Mas têm preocupação sobre impactos que a estrada terá sobre as comunidades. Em Itambi e na vizinha Manilha, moram 38% da população de Itaboraí, de cerca de 230 mil habitantes.

 

“A estrada tem um impacto (sobre o ambiente) mas o impacto maior aqui é a pobreza. E a expectativa (com o Comperj) é de superação desse estado de pobreza”, disse Heleno Cruz, que se apresentou na audiência como representante da Agenda 21 (movimento surgido na Eco-92). Cruz disse que sem a estrada de acesso ao Comperj os caminhões envolvidos na construção do projeto teriam de passar pelo centro de Itaboraí. Ele reconheceu, porém, que BR-493 deverá ficar “sobrecarregada”.

 

Heyder Carvalho, gerente-geral de implantação do Comperj, disse que a estatal espera contar com as duas estradas (a do Comperj e a BR-493) prontas simultaneamente. Ele reconheceu, no entanto, que se houver atrasos, a BR-493 deverá ter uma maior demanda de tráfego. Marcelo Cotrim, superintendente no Rio do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), disse que a licitação para duplicar a rodovia poderá ser lançada a curto prazo e, se não houver problemas, as obras poderiam ser iniciadas em outubro, sendo concluídas em 24 meses (outubro de 2011, portanto).

 

Em 2008, havia estimativa de que a duplicação da BR-493, estrada que liga a BR-101 à BR-116, custasse cerca de R$ 320 milhões. Pelos dados do Dnit, a obra só ficará completamente pronta depois da construção da estrada do Comperj, o que reforça a preocupação dos habitantes de Itaboraí em relação à possibilidade de piora nas condições de trânsito da região. A BR-493 está em mau estado de conservação e em Itambi é comum os caminhões se misturarem a carros de passeio, ônibus, bicicletas e até carros com tração animal, o que aumenta o risco de acidentes.

 

Cotrim disse, porém, que há planos de fazer avançar mais rápido alguns trechos de obras da BR-493, incluindo o que se ligará ao Comperj. O cronograma de implantação da rodovia do Comperj considera, segundo Heyder Carvalho, ter a estrada pronta em março de 2011. Nesta data, ela não precisará estar asfaltada, o que deverá ocorrer até março de 2012. Carvalho não fala do investimento necessário para construir os 7,8 km, trecho por onde devem ser escoados até 100 milhões de toneladas de carga, entre produtos e máquinas, quando o Comperj estiver em operação (previsão no fim de 2012). Estimativas de mercado indicam que o acesso principal do Comperj poderá custar R$ 6 milhões/km.

 

O Comperj também negocia a desapropriação de área de mil hectares por onde passará a rodovia. A meta do Comperj é conseguir as licenças ambientais (prévia e de instalação) a curto prazo para licitar o projeto e começar as obras da estrada no início de 2010. Luiz Martins Heckmaier, diretor de informação e monitoramento ambiental do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), disse que, se cumprir todas as exigências, o complexo poderá ter a licença de instalação da obra em três ou quatro meses. Um dos cuidados considerados é que a estrada irá limitar com a área de proteção ambiental de Guapimirim e ficará próxima da estação ecológica da Guanabara.

 

 

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