O programa “Conformidade Gerencial de Resíduos Sólidos e Efluentes dos Portos”, criado pela da Secretaria de Portos (SEP/PR) da Presidência de República, começará a ser aplicado no Paraná. A equipe de pesquisadores do Programa de Planejamento Energético (PPE) da Coppe/UFRJ, responsável pela coordenação dos trabalhos, e do Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais (Ivig/Coppe/UFRJ), estará no Porto de Paranaguá nesta terça-feira (20). O programa visa identificar resíduos em 22 portos brasileiros, e está contemplado nas ações do PAC 2, com recursos de R$ 16 milhões.
Esta primeira fase de diagnóstico terá duração de um ano e, ao fim deste prazo, trará não apenas soluções para melhor coleta e gestão dos resíduos deixados pela operação portuária como sugestões para seu uso comercial. Para fazer este diagnóstico, os pesquisadores do PPE e do Ivig contam com a ajuda de profissionais locais. Está sendo estabelecida uma Rede de Competências, formada por Universidades Federais, Institutos de Pesquisas e consultorias especializadas.
Para o diretor da SEP, Antonio Maurício Ferreira Netto, o trabalho traz ganhos diversos para o país, que passa a tratar seus resíduos adequadamente e oferece às universidades possibilidade de novos conhecimentos, que certamente trarão desdobramentos científicos relevantes. O professor Marcos Freitas, coordenador do PPE, explica que este trabalho identificará todos os resíduos e efluentes gerados nos portos e indicará as boas práticas para a sua gestão, elevando o Brasil a um padrão internacional no cumprimento de normas nas áreas de meio ambiente e vigilância sanitária e agropecuária. “Parte do lixo, poderá, por exemplo, ser transformada em energia, gerando economia para os portos ou mesmo receita extra”, completou.
O trabalho começou no ano passado nos portos do Rio de Janeiro e Itaguaí (RJ). Este ano, as atividades foram iniciadas em seis portos nordestinos: Fortaleza, Natal, Recife, Suape, Cabedelo e Maceió. Até abril, todos os 22 portos terão iniciado o programa. “Fazemos uma apresentação formal do trabalho em cada porto e treinaremos as equipes locais para a coleta. Os dados serão enviados para o centro de coleta e tratamento para que sejam aplicados modelos matemático-estatísticos que vão gerar indicadores de cada porto”, explica o professor Aurélio Murta, um dos coordenadores do programa.
A execução do programa
O programa fará três tipos de diagnóstico: resíduos sólidos, efluentes líquidos e fauna sinantrópica nociva (pombos, ratos, insetos e outros animais).
Os resíduos são gerados pelos navios, pela operação portuária e pelos escritórios situados no porto e incluem desde alimentos dos cruzeiros de luxo ao acúmulo de grãos resultante das operações portuárias ou papel descartado pelas empresas. Efluentes líquidos também são gerados por operações de bordo, portuárias e administrativas, incluindo esgoto e óleo combustível.
Já a fauna é classificada de duas formas: Fauna Sinantrópica: espécies animais que se adaptaram a viver junto ao homem, a despeito da vontade deste; e Fauna Sinantrópica Nociva: que interage de forma negativa com a população humana, causando-lhe transtornos significativos que representem riscos à saúde pública.
O programa contempla ainda os seguintes portos: Portos de Santos e São Sebastião (SP), Porto de Vitória (ES); Porto de Vila do Conde e Porto de Belém/PA; Porto de Itaqui/MA; Porto de Salvador, Porto de Aratu e Porto de Ilhéus/BA; Porto de São Francisco do Sul, Porto de Itajaí e Porto de Imbituba/SC; e Porto de Rio Grande/RS.
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