O primeiro leilão de energia eólica realizado hoje (14) marca o início da inserção dessa fonte na matriz energética no país, disse o presidente da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), Antônio Carlos Fraga Machado, ao fazer um balanço do leilão realizado em São Paulo.
Agência Brasil“Com esses resultados e a maneira como ela se apresentou competitiva, a energia eólica se habilita para disputar o espaço com as térmicas e as demais fontes renováveis na complementaridade do sistema hídrico. Ou seja, aquilo que era uma coisa remota está passando a ser factível. Esse é o grande marco desse leilão”, afirmou o presidente da CCEE.
De acordo com ele, a quantidade de energia eólica contratada hoje é três vezes maior que a que é ofertado atualmente no Brasil, cerca de 628 MW. Ao todo, 71 empresas, das 225 que disputaram, fecharam contratos que, juntos, somam R$19,59 bilhões.
Os investimentos serão realizados nos estados do Rio Grande do Norte, Ceará, da Bahia, do Rio Grande do Sul e de Sergipe. Ainda não se sabe quanto os novos parques energéticos vão agregar às economias locais, mas na opinião de Machado esse é um novo mercado que se abre.
“Onde tem demanda tem oferta. É um mercado que se abre para a indústria nacional e para indústria estrangeira. Aí vai depender dos incentivos governamentais e da competência das empresas que vão disputar”, afirmou.
Durante as prévias do leilão, algumas empresas reclamaram do preço-teto definido pelo Ministério de Minas e Energia, de R$ 189,00 – algumas delas até se afastaram da disputa por causa do valor inicial estipulado.
Machado disse, no entanto, que o preço fechado no fim comprovou que o valor estava dentro do previsto pelo mercado. “Foi provado que ele foi adequado, porque se comprou tudo o que se queria por um preço muito abaixo do proposto. Aliás, essa é a vantagem do leilão, ele mostra o preço real da energia”, afirmou o presidente da CCEE.
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) divulgou nota em que também demonstra satisfação com os resultados do leilão. No texto, a EPE afirma que a contratação de empreendimentos eólicos demonstra o interesse do governo em “manter o alto percentual de fontes renováveis na matriz energética brasileira”.
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