O presidente da divisão de minério de ferro da Rio Tinto, Sam Walsh, anunciou que a mineradora australiana não está mais em negociações com a China sobre os preços de referência do minério, deixando em suspenso os preços dos contratos anuais com as siderúrgicas chinesas.
Apesar da interrupção das conversas - que chega em meio ao estremecimento das relações entre Austrália e China provocado pela prisão do executivo da Rio Tinto Stern Hu -, a China ainda está comprando embarques contratuais de minério da Rio Tinto sob uma base de precificação provisória, conforme explicou Walsh. O mesmo tem acontecido com a brasileira Vale.
O valor provisório é baseado no corte de 33% no preço de referência da Rio Tinto, acertado neste ano com os clientes japoneses da mineradora, o que sugere que a China busca ampliar seus esforços para conseguir um desconto maior das fornecedoras australianas.
Indagado se as negociações com a China serão retomadas em algum momento, Walsh disse esperar que elas sejam. "Mas eu não sei quando", afirmou. "Lembre-se que nossos negociadores estão presos", declarou, referindo-se à recente prisão da equipe de comercialização do minério de ferro na China, incluindo o cidadão australiano Stern Hu.
O analista Warren Edney, do banco RBS, disse que os consumidores chineses "no momento parecem felizes em pegar o minério com precificação provisória". Segundo o analista, a China ainda quer minério de ferro que eles têm comprado a um preço provisório da Austrália e do Brasil, que tem sido mais barato que o da Índia, à vista.