Licitação

Preço global dos navios foi reduzido em 16,2%

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Daniela Lessa
20/06/2006 00:00
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A Transpetro divulgou nesta terça-feira (20/06) o resultado das

negociações com estaleiros e consórcios para a encomenda de 16 dos

26 navios previstos na primeira fase da licitação. O preço total

caiu de US$ 1,522 bilhão para US$ 1,275 bilhões. A redução de US$

257 milhões corresponde a 16,2% de desconto, informou o

presidente da Transpetro, Sérgio Machado. O desconto inclui

redução de 20% no preço do aço, negociada diretamente entre

Transpetro e Usiminas.

Segundo Machado e técnicos da Transpetro, o aço representa cerca

de 20% do custo dos navios menores e 30% do custo dos Suezmax.

Considerando a redução de 20% no preço do aço da Usiminas, a

redução referente ao insumo foi de 4%. O presidente da Transpetro

informa que além desta parte de valor, o desconto dos empresários

incluiu finanças, mão-de-obra e uma série de componentes dos

custos.

A primeira fase da licitação para a construção de 42 navios no

âmbito do Programa de Modernização e Expansão da Frota da

Petrobras Transportes (Promef) prevê a construção de 26 navios, no

entanto as negociações sobre preços com o consórcio Atlântico Sul

(Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Queiróz Galvão, Aker Promar e

Samsung) ainda não foram concluídas. O consórcio foi vencedor do

maior lote da licitação, o de 10 petroleiros Suezmax.

O presidente da Transpetro informou que caso não seja concluída a

negociação, o que considera pouco provável, os outros estaleiros e

consórcios habilitados na primeira fase serão convidados a

apresentar propostas de preços. O mesmo ocorreria no caso de algum

grupo empresaria não conseguir fornecer as garantias exigidas pelo

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para

o financiamento.

O vencedor dos lotes 2 e 3, o consórcio Rio Naval (MPE, IESA,

Sermetal e Hyunday) reduziu em 12,8% o preço do primerio navio da

série de cinco Aframax. Na proposta inicial, a embarcação seria

construída por US$ 122.501.000 e nesta segunda proposição, após a

negociação, o preço do navio está em US$ 106.810.000. A curva de

apredizado dos Aframax prevê que a último navio será construído a

US$ 100.990.000 e a média de preço é de US$ 103.593.000, 4% acima

da referência internacional de US$ 99.522, que correponde ao navio

atendendo aos requisitos da Transpetro e com financiamento

externo.

No lote 3, para a construção de quatro Panamax, a redução

oferecida pelo Rio Naval para o primeiro navio foi de pouco mais

de 20%. O preço inicial foi US$ 112.409.000 e o atual foi de US$

89.447.000. A média de preço é 3% acima no valor internacional e

foi calculada em US$ 87.250.000

Os estaleiros Mauá Jurong e Itajaí chegaram a oferecer preços

inclusive mais baixos do que a referência internacional, segundo

dados da Transpetro. A proposta inicial do Maurá Jurongo para a

construção do primeiro navio de produtos havia sido de US$

84.644.000 e passou para US$ 71.721.000 após a negociação. O valor

representa uma redução de 15,6%. O preço médio dos navios de

produtos foi calculado em US$ 69.270.000, e está 1% menor do que o

preço de referência internacional fornecido pela consultora

Clarkson.

O estaleiro Itajaí, que conquistou o lote para a construção de

três navios gaseiros, forneceu uma redução de 14,1% no preços dos

primeiros navios construídos, passando de US$ 51.933.000 para US$

44.640.000. O preço médio será de US$ 43.633.000, 2% menos do que

a referência internacional.

O presidente da Transpetro, informou ainda, que embora já tenha

sido conquistada uma redução de preço do aço de 20% - o que

aproxima o aço nacional do internacional em termos de preço -,

ainda há espaço para redução. Os contratos entre estaleiros e

Transpetro contemplam a possibilidade de que havendo aço mais

barato, os preços dos navios também poderão ser reduzidos mesmo

após a assinatura dos contratos, que deverá ocorrer ainda esta

semana.

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