Combustíveis

Posicionamento IBP - Diretrizes CNPE para o setor de combustíveis

Redação TN Petróleo/Assessoria IBP
15/12/2023 09:44
Posicionamento IBP - Diretrizes CNPE para o setor de combustíveis Imagem: Divulgação Visualizações: 2445

O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), principal representante do setor de combustíveis no país, manifesta preocupação com informações divulgadas sobre pauta da reunião, programada para o dia 18/12, do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) que podem impactar o setor de distribuição de derivados.

Um dos temas trata de possíveis diretrizes para desconcentração do setor através da alocação, pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), de volumes mínimos de combustíveis a distribuidores regionais. Esta medida tem caráter de controle e intervenção em contratos, gerando insegurança jurídica para o exercício de uma atividade considerada de utilidade pública, que responde por boa parcela da arrecadação de impostos para os Estados e gera milhares de empregos.

Estudo desenvolvido pelo Boston Consulting Group (BCG), de 2018, conclui que o grau de concentração do setor de distribuição de combustíveis no Brasil está alinhado a outros mercados internacionais, sendo considerada de nível baixo a moderado. De acordo com a BCG, a preocupação de concentração residia no suprimento primário, notadamente no refino.

Em 2020, foi a vez da ANP corroborar este movimento de desconcentração, medido pelo índice de Hirschman-Herfindahl (IHH), e que continua acontecendo em 2023, conforme demonstrado na tabela abaixo (quanto menor o índice, mais desconcentrado é um setor).

É importante mencionar, também, que a competitividade nos mercados não decorre somente do aumento do número de agentes, mas também da conformidade destes agentes à regulação existente. Um exemplo recente refere-se ao balanço do cumprimento das metas do Renovabio por empresas distribuidoras.

Levantamento da ANP indica que, somente em 2022, 35% das distribuidoras autorizadas não cumpriram suas metas, o que corresponde a 50 empresas, das quais 23 reincidentes. Tais empresas geram distorções concorrenciais ao se apropriarem, como margem, de cerca de R$ 400 milhões de reais que deveriam estar sendo investidos na ampliação do uso de biocombustíveis, valor que corresponde aos 3,5 milhões de CBIOs não foram aposentados. Ou seja, um maior número de agentes não significa, necessariamente, um mercado mais eficiente e organizado para a sociedade.

Por outro lado, ganhos de participação de mercado com base em um histórico de eficiência produtiva, investimentos e competição entre agentes, dentro dos requisitos regulatórios, são amparados pela Legislação do Brasil.

Sem prejuízo à promoção da eficiência e da evolução contínua do setor, reiteramos os riscos decorrentes de artificialismos e medidas intervencionistas sem clareza e evidências dos problemas a serem resolvidos. A formulação de políticas públicas precisa se basear em problemas reais e não em suposições, como aquela em que determinado nível de concentração de mercado é, por si própria, prejudicial.

Destacamos que, somente em 2023, o setor lidou com 5 situações de crise que poderiam afetar o abastecimento nacional, nas quais foi necessário um grande empenho dos distribuidores associados ao IBP e que atuam a nível nacional para superação dos desafios impostos, garantindo o suprimento sem descontinuidade.

O IBP reforça que eventuais alterações nas regras de funcionamento de um setor de grande complexidade como o de combustíveis precisam passar pelo devido processo de análise de impactos regulatórios e ampla participação social. Destaca ainda a importância de se promover segurança jurídica e regulatória aos agentes, seguindo os princípios da liberdade econômica, a fim de não gerar incertezas e sinalizações difusas a respeito do futuro do setor, que poderão comprometer os investimentos e onerar a sociedade.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Prêmio ANP de Inovação Tecnológica
Parceria premiada - Petrobras participa de quatro dos se...
05/12/25
Evento
Petrolíferas debatem produção mais limpa e tecnologias d...
04/12/25
Leilão
PPSA arrecada cerca de R$ 8,8 bilhões com a alienação da...
04/12/25
Firjan
Novo Manual de Licenciamento Ambiental da Firjan ressalt...
04/12/25
Transição Energética
Óleo & gás continuará essencial até 2050, dizem especial...
04/12/25
PPSA
Leilão da PPSA oferecerá participação da União em áreas...
04/12/25
Asfalto
IBP debate sustentabilidade e novas tecnologias para o f...
03/12/25
Reconhecimento
Casa dos Ventos conquista Medalha Bronze em sua primeira...
03/12/25
Bacia de Santos
PPSA adia leilão de petróleo da União de Bacalhau para o...
03/12/25
Estudo
Firjan lança a 4ª edição do estudo Petroquímica e Fertil...
03/12/25
Biocombustíveis
Porto do Açu e Van Oord anunciam primeira dragagem com b...
02/12/25
Investimento
Indústria de O&> prioriza investimento em tecnologia de ...
02/12/25
Refino
Petrobras irá investir cerca de R$12 bilhões na ampliaçã...
02/12/25
Posicionamento
Proposta de elevação da alíquota do Fundo Orçamentário T...
01/12/25
Gás Natural
Distribuição de gás canalizado é crucial para a modicida...
01/12/25
Mossoró Oil & Gas Energy 2025
Centro de Formação Profissional da Universidade Tiradent...
01/12/25
Levantamento Sísmico
TGS inicia pesquisa na Bacia de Pelotas
01/12/25
Etanol
Anidro e hidratado fecham a semana em alta
01/12/25
Petrobras
Com um total de US$ 109 bilhões de investimentos o Plano...
28/11/25
Mossoró Oil & Gas Energy 2025
Oil States marca presença na Mossoró Oil & Gas Energy 20...
28/11/25
Comemoração
Infotec Brasil completa 40 anos e destaca legado familia...
28/11/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.