<P>Empresários portugueses e consultores internacionais defendem a implantação de indústrias alfandegadas na Baixada Santista para aumentar a participação dos municípios da região no comércio exterior brasileiro. Os benefícios do projeto serão debatidos em Portugal para verificar a viabil...
A Tribuna - SPEmpresários portugueses e consultores internacionais defendem a implantação de indústrias alfandegadas na Baixada Santista para aumentar a participação dos municípios da região no comércio exterior brasileiro. Os benefícios do projeto serão debatidos em Portugal para verificar a viabilidade de investimentos estrangeiros neste segmento na região.
O projeto de indústrias alfandegadas, desenvolvido pela empresa santista Ciesa S.A., foi um dos temas debatidos na última quarta-feira, durante o I Encontro de Oportunidades de Negócios Brasil-Portugal, realizado em Santos, pelo Conselho Empresarial do Entre Douro e Vouga, de Portugal.
As indústrias alfandegadas consistem na implantação de linhas de montagem em unidades alfandegadas. Por meio delas, os investidores poderão importar matéria-prima e exportar o produto acabado livre dos impostos incidentes nas operações.
De acordo com o empresário Norberto Rodrigues, da portuguesa Metalinsia, a implantação de indústrias alfandegadas na Baixada Santista deve favorecer a troca de mercadorias entre os dois países. É interesse do governo lusitano tornar o país um centro distribuidor das cargas brasileiras na Europa.
‘‘A proposta da empresa Ciesa é muito interessante e vai ao encontro dos nossos anseios. É válida e merece ser estudada pelas asssociações empresariais de Portugal. Se forem regradas (as indústrias alfandegadas) no Brasil, os investimentos de Portugal podem ser analisados’’, disse.
A condição para estudo da proposta é decorrente das barreiras legais que ainda impedem a abertura das indústrias alfandegadas. Em meados do ano passado, o Governo Federal encaminhou uma medida provisória para promover um novo modelo de abertura dos portos secos, áreas onde as linhas de montagem poderiam ser concretizadas. Porém, a MP foi rejeitada pelo Senado e a Câmara dos Deputados terá de reavaliar as mudanças.
De antemão, Rodrigues afirmou que levará o projeto ao conhecimento da Associação Empresarial do Conselho de Oliveira de Azeméis (Aecoa), região com potencial de investimentos no setor logístico.
O presidente do Conselho Empresarial do Entre Douro e Vouga (CEDV), região próxima ao porto de Aveiros, Eduardo Oliveira Costa, também defendeu a regulamentação das estruturas de beneficiamento. Segundo ele, tudo que puder incrementar a logística de escoamento de cargas no Porto de Santos, estratégico nos planos portugueses, tem o apoio da classe empresarial. ‘‘Nosso trabalho é envolver os empresários da Baixada Santista e de Portugal para promover um sistema logístico que tenha benefícios comuns para os dois lados’’.
Internacionalização - O professor e consultor internacional Nelson Alonso, que participou do ciclo de palestras do seminário, destacou que as indústrias alfandegadas vão proporcionar a internacionalização das empresas da região. Segundo ele, esse segmento apresenta números irrisórios em comparação aos volumes exportados pelo Porto de Santos. ‘‘A internacionalização é viável. Com a possibilidade das indústrias alfandegadas e o aeroporto de Praia Grande (em desenvolvimento) será possível agregar valor às mercadorias e conquistar um espaço no mercado internacional’’.
O também consultor Eduardo Marostica sugeriu que os micro e pequenos empresários da região formem consórcios de exportação para ter mais competitividade no exterior. ‘‘A indústria alfandegada poderia reunir empresas de micro e pequeno porte e partir para o mercado. Hoje, somente 2% do que é exportado saem das micro e pequenas empresas, que representam 80% do total de empresas’’.
Fonte: A Tribuna - SP
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