O governo brasileiro parece querer recuperar o tempo perdido e iniciou ontem a missão a alguns países asiáticos. O roteiro não poderia deixar de fora o novo gigante global: a China. Um dos focos da viagem da comitiva composta pelo presidente Lula da Silva, ministros e empresários, é o setor portuário. O ministro-chefe da Secretaria Especial de Portos (SEP), Pedro Brito, que lidera o grupo da área, acredita que os encontros consolidam os interesses de investimentos no país.

Caberá à SEP, em conjunto com a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) representada pelo diretor- geral, Fernando Fialho, presidentes de portos e líderes do setor, a divulgação dos portos, projetos e apresentações de programas. Além de principal destino das exportações brasileiras, a China é também principal fornecedora de equipamentos portuários ao Brasil.

Os asiáticos, que já tem representantes nos processos licitatórios da SEP, através do Programa Nacional de Dragagem (PND), demonstraram interesse em participar do financiamento de um dos maiores projetos de expansão portuária em Santos: Barnabé Bagres, que agregará ao complexo santista uma capacidade de movimentação de mais de 120 milhões de toneladas. O investimento gira em torno de R$ 9 bilhões. Brito destaca a importância de investimentos e parcerias em terminais e até na área de operações portuárias. Segundo o ministro, a China pode contribuir efetivamente com o crescimento da capacidade portuária brasileira. Vale lembrar que nos últimos 10 anos os chineses colocaram alguns de seus portos na liderança. Hoje estão entre os dez maiores do mundo.

O exemplo chinês, aliás, é usado por Brito para destacar que o Ceará pode brigar por um estaleiro. A China, há dez anos, não tinha um equipamento destes.