<P>O Porto de Santos vai realizar o inédito embarque de uma miniusina de biodiesel amanhã. Capaz de produzir 4 mil litros de óleo por dia, o equipamento é o primeiro de um lote de dez que foi adquirido por fazendeiros dos Estados Unidos. Tanto este como os nove restantes, que devem ser entregues...
A Tribuna - SPO Porto de Santos vai realizar o inédito embarque de uma miniusina de biodiesel amanhã. Capaz de produzir 4 mil litros de óleo por dia, o equipamento é o primeiro de um lote de dez que foi adquirido por fazendeiros dos Estados Unidos. Tanto este como os nove restantes, que devem ser entregues nos próximos dois meses, serão exportados para o porto norte-americano de Houston.
Fabricado pela empresa Biocom, com sede em Campo Grande (MS), o aparelho é transportado em um contêiner flat rack (que não possue as laterais e o teto) de 40 pés. Ele chegou à região no início do mês, sendo armazenado no pátio retroportuário da Libra Terminais, em Cubatão. Somente na última terça-feira, a carga foi retirada do recinto e levada para o Terminal de Contêineres (Tecon), em Guarujá, onde será feito o carregamento.
Toda programação logística é coordenada pelo Escritório Nacional de Serviços Aduaneiros (Ensa), com sede em Santos. A operação também teve a participação das firmas Conti Maxi, CAGP e Carpo Log, que cuidaram dos contratos internacionais, da liberação de cargas no Mato Grosso do Sul e do agenciamento marítimo, respectivamente.
De acordo com a diretora da Ensa, Denise Cristina Adbul-Hak, ‘‘o transporte entre Cubatão e o Tecon foi feito em 55 minutos. Foi um tempo normal porque o caminhão trafega em uma velocidade menor para não colocar a carga em risco’’.
Amanhã, o embarque do lote no navio Trafalgar não deverá ter inovações, apesar da fragilidade do material. Segundo Denise, por estar em um contêiner de 20 pés, a miniusina será içada na forma convencional.
Planejamento - O sócio-proprietário da Biocom, Cláudio Moisés, afirmou que as nove máquinas que integram a encomenda já estão em fabricação. A segunda da série Biocom 4000 (em alusão ao volume de litros capaz de preparar) irá chegar a Santos em 20 dias, estimou. Cada uma custa cerca de R$ 130 mil.
Moisés citou, também, que outras vendas estão em negociação. Dessa vez, os compradores são do Peru e da Colômbia.
De acordo com o empresário, o cais santista tem as melhores condições para escoar essa produção. O principal atrativo do porto está na regularidade de suas linhas de navegação internacionais, explicou.
Além de ser considerada a primeira a embarcar por Santos, a linha Biocom 4000 carrega o título de ‘‘ambientalmente correta’’, afirmou Moisés. Segundo ele, todos os resíduos da produção de biocombustível são aproveitados. ‘‘É muito fácil de usar. Duas pessoas sem conhecimento, só de ler o manual, já conseguem fazer o biocombustível’’, concluiu.
Biocombustível - São óleos vegetais que podem substituir os derivados de petróleo. Além disso, são estratégicos para a diminuição das emissões de poluentes e gases tóxicos na atmosfera, tanto que a União Européia e até os Estados Unidos têm estimulado a substituição dos combustíveis fósseis pelos renováveis. A importância ambiental não é o único ponto favorável ao biocombustível. A inclusão social é outra questão considerada fundamental, pois qualquer pessoa pode produzir seus compostos, desde que tenha os maquinários específicos e as condições geográficas para as plantações. No Brasil, a tecnologia vem sendo pesquisada há mais de 20 anos.
Fonte: A Tribuna - SP
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