Os candidatos a fornecedores da indústria de petróleo e gás precisam se preparar para investir e ampliar a produção. Para isso, dependem do apoio do governo na forma de uma política industrial que suporte o desenvolvimento de toda a cadeia. Essa foi a mensagem dos participantes do painel “Desafios da Política Industrial para Maximizar a Competitividade e o Conteúdo Local na Cadeia de Suprimentos”.
De acordo com o diretor de upstream da Shell, Antonio Guimarães, as condições atuais da indústria brasileira permitem um índice de nacionalização de cerca de 35%. Pelas regras atuais, porém, algumas etapas devem ter cerca de 60% de nacionalização.
“Mantidas as regras atuais, se os supridores não investirem, os operadores serão punidos, o que pode desacelerar investimentos”, resumiu o diretor da Shell.
Tal situação também foi apontada por um estudo encomendado pela Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip). Na construção naval, embora um terço das encomendas de plataformas sejam feitas no exterior, a indústria brasileira terá dificuldades de atender os pedidos locais já a partir de 2013 caso não haja incremento na capacidade instalada.
O estudo – disponível no site da Onip (www.onip.org.br) - também analisou a lista de compras de uma operadora. Foram listados 111 fornecedores nacionais e 286 estrangeiros capazes de atender a demanda da empresa. Em 38% dos 112 grupos de equipamentos e serviços identificados pelo estudo, não havia fornecedores locais.
“Basta analisar a lista de associados da Abimaq. São mais de 2.300 empresas das quais apenas 200 fornecem para o setor de óleo e gás”, resumiu o superintendente da Onip, Bruno Musso.