Redação TN Petróleo/Assessoria Firjan
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, esteve na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) para apresentar aos empresários fluminenses o Plano de Negócios 2026-2030. No período, a empresa projeta US$ 109 bilhões em investimentos e mantém alinhamento às diretrizes do Plano Estratégico 2050. Na abertura do evento, em 5/12, o presidente da federação, Luiz Césio Caetano, destacou o papel central da companhia para a economia do Rio de Janeiro e para o desenvolvimento industrial do país.

Caetano reforçou a relevância do momento para todo o setor produtivo: "Todo mundo sempre quer ouvir o que a Petrobras tem a nos dizer. É a maior empresa brasileira, a maior do Rio de Janeiro, nossa maior associada, maior cliente e parceira", frisou. Para ele, o novo Plano de Negócios irá nortear decisões estratégicas de fornecedores, investidores e lideranças empresariais, moldando o ambiente econômico dos próximos cinco anos.
O presidente da Firjan alertou que o cenário internacional aponta para preços de petróleo mais pressionados, o que amplia a responsabilidade da estatal e de toda a cadeia: "Com as projeções de um preço de barril de petróleo mais comprimido, os desafios e a nossa responsabilidade aumentam", avaliou, ressaltando o protagonismo da Petrobras também na condução de uma transição energética justa.
Plano da Petrobras
Magda Chambriard ressaltou os pilares do Plano de Negócios 2026-2030. Segundo ela, se trata de um dos programas de investimento mais robustos já apresentados pela empresa, com forte potencial de impacto socioeconômico: "Esses investimentos representam 5% do total investido no país e têm potencial para gerar 311 mil empregos diretos e indiretos até 2030, além de R$ 1,4 trilhão em tributos", afirmou.
Magda salientou que a Petrobras seguirá atuando como empresa integrada e líder na transição energética justa, combinando expansão da produção de óleo e gás com projetos de descarbonização e inovação industrial. Ela destacou a necessidade de ajustes estruturais diante de um cenário internacional mais desafiador, reforçando o papel estratégico dos fornecedores e parceiros industriais.
Segundo a presidente, projeções internas indicam que o país deve crescer cerca de 60% em duas décadas e meia. Para manter sua relevância, a Petrobras precisa acompanhar esse ritmo. "Se queremos continuar sendo essenciais para a sociedade brasileira, precisamos crescer, no mínimo, na mesma proporção", explicou. Essa lógica sustentou o plano do ano passado, que previa US$ 111 bilhões em investimentos.
Mesmo diante desse quadro, o novo Plano de Negócios ficou em US$ 109 bilhões, o que, para Magda, representa praticamente o mesmo patamar do ano anterior. Ela confirmou que o foco continua sendo a exploração e produção, destino de cerca de
70% do total dos investimentos, área que sustenta a geração de receita da Petrobras e que segue como motor da atividade industrial.
A presidente reforçou que a Petrobras aposta fortemente na expansão do parque de refino, destacando o avanço do Complexo de Energias Boaventura em Itaboraí. Segundo ela, o empreendimento "vai de vento em popa" e deve alcançar um patamar de R$ 31 bilhões, consolidando uma indústria moderna e estratégica para o país. "É um resgate da indústria do Rio de Janeiro. Temos uma indústria de petróleo no mar, mas temos o Boaventura aqui em Itaboraí. É um projeto grandioso, que vai puxar o estado e gerar desenvolvimento", afirmou.
Em sua conclusão, Magda Chambriard creditou aos fornecedores papel decisivo para o sucesso do plano e para a sustentabilidade da Petrobras. "Nada disso é possível sem vocês. Contamos muito com nossos parceiros, mas todos precisam estar cientes das responsabilidades. Se entregarmos bem, abrimos espaço para mais projetos. Se ficar caro ou atrasar, alguns ficarão pelo caminho."
Avaliações da Firjan
O peso econômico de áreas como a Bacia de Campos, que segue sendo vetor relevante de geração de valor foi ressaltado por Caetano, que reforçou a importância da inovação, que vem garantindo à empresa reconhecimento constante em tecnologia e competitividade, especialmente no pré-sal. Ele falou ainda da expansão para novas fronteiras como a Margem Equatorial.
"O olhar para o futuro que a Petrobras nos traz reflete o compromisso de crescimento conjunto com a indústria nacional, com mais demandas, mais oportunidades concretas, mais empregos e mais renda", disse, enfatizando a conexão direta da Petrobras com a indústria naval, fortalecida pela ampliação da frota de navios de cabotagem e embarcações de apoio offshore, fundamentais para a operação de plataformas.
Outro ponto citado foi a diversificação crescente da estatal para áreas de refino, biorrefino, petroquímica e fertilizantes, além de iniciativas de baixo carbono, como projetos de captura de CO₂ no Rio de Janeiro. "Somos extremamente gratos pelos projetos desenvolvidos em parceria com a Firjan SENAI SESI, que transformam vidas a partir da educação e inclusão social", lembrou o presidente da Firjan.
A importância da resiliência da indústria brasileira diante do cenário desafiador do mercado de petróleo e gás foi ressaltada pelo diretor-executivo da Firjan SENAI SESI, Alexandre dos Reis, que destacou a ampliação da parceria com a estatal em programas de qualificação, governança e desenvolvimento tecnológico.
"A resiliência perpassa todo o plano de negócios da Petrobras. E essa mesma resiliência precisa ser exercida pela nossa indústria, que convive com os efeitos diretos das oscilações do mercado", afirmou.
Reis citou o Programa Autonomia e Renda, realizado pela Firjan SENAI SESI em parceria com a Petrobras que em 2025, que abriu mais de 300 turmas, capacitando quase 7 mil pessoas em diferentes áreas. A iniciativa se estenderá até 2027, com a meta de totalizar 602 turmas e 12.670 profissionais formados em sete estados. "É um orgulho muito grande coordenar esse projeto em parceria com a Petrobras. Estamos levando formação profissional de qualidade a milhares de pessoas em diversas regiões do país", destacou.
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