Os preços do petróleo subiram nesta quarta-feira (16) em Nova York e em Londres, após o surgimento de uma nova frente de tensão geopolítica no Oriente Médio, entre Irã e Israel. No New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do West Texas Intermediate ("light sweet crude") para entrega em março fechou a 84,99 dólares, em alta de 67 centavos em relação à terça-feira (15).
Por sua vez, o barril do Brent negociado em Londres alcançou durante a sessão seu mais alto nível desde setembro de 2008, 104,52 dólares, fechando em alta de 2,14 dólares, a 103,78 dólares (+2,1%).
Em um clima geopolítico já tenso, os preços dispararam quando Israel afirmou que o Irã enviou navios de guerra ao Mediterrâneo pelo canal de Suez, manobra que o chanceler israelense, Avigdor Lieberman, chamou de provocação.
"Há muita preocupação com o Oriente Médio", disse Phil Flynn, da PFG Best Research.
De fato, a região é abalada por uma onda de protestos populares contra os regimes autoritários, que se estende agora a vários países produtores de petróleo.
Os movimentos de protesto - que já provocaram a queda dos presidentes da Tunísia e Egito - alcançam a Líbia, além de afetar Bahrein, Iêmen e Irã, onde a situação continua tensa.
Segundo dados da Agência americana de Energia, a produção de petróleo na Líbia alcançava 1,8 milhão de barris diários em 2009.
"Se houvesse uma interrupção da oferta, a Europa seria quase imediatamente afetada", disse Andy Lipow, da Lipow Oil Associates.
Os preços do Brent subiam, consequentemente, mais do que os do petróleo texano negociado no mercado nova-iorquino.
Pelo contrário, nos Estados Unidos, "o nível recorde das reservas mantém o mercado mais calmo", disse Phil Flynn.
O informe semanal do departamento de Energia mostrou que as reservas de petróleo seguiram subindo nos Estados Unidos pela quinta semana consecutiva, embora o aumento tenha sido menor que o esperado.