Jornal do Commercio
O mercado americano de ações fechou em queda forte ontem, reagindo a um indicador fraco de vendas de imóveis residenciais e à nova alta dos preços do petróleo. O desempenho do dia também refletiu uma preocupação maior dos investidores com a saúde das instituições financeiras.
O índice Dow Jones fechou em queda de 206,48 pontos (1,59%), em 12.814,35 pontos. O Nasdaq fechou em queda de 44,82 pontos (1,80%), em 2.438,49 pontos. O S&P-500 caiu 25,69 pontos (1,81%), para 1.392,57 pontos. O NYSE Composite recuou 171,51 pontos (1,80%), para 9.339,47 pontos.
Um trader de um fundo de hedge disse que "o mercado de títulos lastreados em hipotecas despencou novamente, por causa dos números horríveis de vendas de imóveis residenciais. As notícias só ficam piores". Pela manhã, a Associação Nacional dos Corretores de Imóveis dos EUA (NAR) informou que o índice de vendas pendentes de imóveis caiu 1% em março, em relação a fevereiro, com queda de 20% em comparação com o mesmo mês do ano passado.
As ações do setor financeiro estavam entre as que mais caíram, depois de a SEC (Securities and Exchange Comission, equivalente a CVM americana) anunciar que passará a exigir que os bancos de investimento divulguem níveis de capital e de liquidez; outro fator foi a declaração do presidente do Federal Reserve Bank de Kansas City, Thomas Hoenig, de que preocupações "sérias" quanto à inflação poderão obrigar o Fed a elevar as taxas de juro (Merrill Lynch -5,59%, Lehman Brothers -5,76%, Goldman Sachs -3,97%, Citigroup -5,37%, JPMorgan Chase -3,38%, American Express -4,43%, American International Group -6,86%).
As ações das construtoras sofreram quedas fortes, em reação ao indicador de vendas pendentes de imóveis residenciais (DR Horton -6,59%, Lennar -5,26%); as da agência semigovernamental de crédito imobiliário Fannie Mae caíram 5,71%, devolvendo os ganhos do dia anterior. A alta dos preços do petróleo fez caír as ações do setor de transporte, como UPS (-2,39%); as das empresas de petróleo também caíram (ExxonMobil -1,39%, Chevron -1,64%).
Entre as ações listadas no S&P-500, as que mais subiram foram as da indústria de metais especiais para aviões Titanium Metals Corp., com alta de 2,036%, em reação a seu informe de resultados.
Também em reação a informes de resultados, as ações da Disney subiram 2,88% e as da Cisco Systems caíram 2,09%. No setor de telecomunicações, as ações da Clearwire caíram 1,46% e as da Sprint Nextel recuaram 0,33%, em reação ao anúncio da fusão entre as duas empresas.
Os preços dos títulos do Tesouro dos EUA tiveram uma alta forte, com correspondente queda nos juros. O mercado reagiu à queda do mercado de ações e à alta dos preços do petróleo. "Os preços dos bônus subiram por causa da queda das ações; além disso, as pessoas acham que a única maneira de conter a alta do petróleo é termos algum tipo de recessão", comentou Michael Franseze, chefe da mesa de Treasuries do Standard Chartered. No fechamento em Nova York, o juro projetado pelos T-bonds de 30 anos estava em 4,604%, de 4,641% da terça-feira; o juro das T-notes de 10 anos estava em 3,848%, de 3,901% do dia anterior; o juro das T-notes de 2 anos estava em 2,299%, de 2,377% na véspera.
O leilão primário de US$ 15 bilhões em T-notes de 10 anos teve pouco impacto no mercado; a demanda ficou abaixo da dos leilões anteriores, mas as ofertas de compra indiretas, que incluem a demanda por parte de bancos centrais e investidores institucionais estrangeiros, foi superior à média dos oito leilões anteriores.
Subtraindo-se os US$ 15 bilhões em novas T-notes de 10 anos do leilão de ontem e os US$ 6 bilhões em T-bonds de 30 anos que o Tesouro vai leiloar hoje, o mercado ficará com US$ 70,5 bilhões em dinheiro novo.
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