Internacional

Petróleo e efeito estufa podem reabilitar energia nuclear

Valor Econômico
24/03/2005 00:00
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A energia nuclear pode estar sendo reabilitada. A ONU promoveu um encontro em Paris para propor que esse tipo de energia volte a ser uma alternativa viável de produção de energia barata e vire uma forma de diminuir a carga dos chamados gases estufa liberados na atmosfera do planeta.
A declaração conjunta de representantes de 74 países foi divulgada após a conferência "Energia Nuclear para o Século XXI", organizada pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, ligada à ONU), tendo como anfitrião o governo francês. "A grande maioria dos participantes afirma que a energia nuclear pode fazer uma grande contribuição para que alcancemos nossas necessidades energéticas e sustentemos o desenvolvimento do mundo no século 21", disse a declaração.
A energia nuclear "não gera poluição do ar ou emissão de gases estufa", continua o comunicado conjunto, ressaltando que a tecnologia comprovadamente gera energia barata e segura.
Segundo Mohamed ElBaradei, que dirige a AIEA, "a energia nuclear vem novamente ganhando estatura". Para Patrick Devedjian, ministro da Indústria francês, a declaração foi "um claro sinal da renovação do interesse global nesse tipo de fonte de energia".
O secretário-geral da OCDE, Donald Johnston, escreveu um artigo no "International Herald Tribune" defendendo esse ponto de vista. Ele delineia quatro pontos que vê como essenciais para balizar o crescimento da energia nuclear: o fortalecimento dos acordos de banimento de armas nucleares; formação de uma equipe internacional de monitoramento do uso da tecnologia nuclear; participação da comunidade científica nos mecanismos de transparência e de avaliação de segurança e métodos; e incentivo e financiamento, pelos países mais ricos, para desenvolvimento e pesquisa, principalmente nos países mais pobres.
Estima-se que os aumentos constantes nos preços do petróleo, as preocupações ambientais e a crescente dependência dos países ocidentais em relação à Rússia e ao Oriente Médio tenham atuado em conjunto para mudar a atitude dos países quanto à questão nuclear.
Entre os países que assinaram a declaração, destacam-se Alemanha, Itália e Irlanda. Todos eles baniram a energia nuclear ou têm planos para fechar gradativamente suas usinas.
A Itália fez um referendo em 1987 que aprovou o banimento desse tipo de energia, mas o ministro da Indústria italiano, Antonio Marzano, disse durante a conferência que há "uma clara mudança na opinião pública, principalmente nas novas gerações".
Quase 80% da eletricidade gerada na França vêm de usinas nucleares. O país espera se tornar o maior exportador dessa tecnologia em todo o mundo, principalmente por meio da Areva, a estatal francesa de energia nuclear.

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