Investimento

Petrobras investe no exterior para diversificar portfólio

<P>A maior internacionalização é o grande impulsionador para o crescimento da companhia petrolífera brasileira nos próximos anos, segundo o gerente executivo corporativo da área internacional Cláudio Castejan, um dos palestrantes do evento O Brasil e a Agenda Internacional, promovido pela Cas...

Gazeta Mercantil
25/09/2006 00:00
Visualizações: 756 (0) (0) (0) (0)

A maior internacionalização é o grande impulsionador para o crescimento da companhia petrolífera brasileira nos próximos anos, segundo o gerente executivo corporativo da área internacional Cláudio Castejan, um dos palestrantes do evento O Brasil e a Agenda Internacional, promovido pela Casa do Brasil em Salvador, na última sexta-feira. A iniciativa teve apoio da Gazeta Mercantil, Jornal do Brasil, Revista Forbes e Centro Diplomacia Empresarial (CDE).

Segundo Castejan, os investimentos previstos em negócios fora do País para o período 2007/2011 são da ordem de US$ 12,1 bilhões. 90% de nossas atividades estão concentradas no Brasil e a idéia é equilibrar nosso portfólio. Do total de investimentos, US$ 4 bilhões serão destinados a novos negócios que ampliem a nossa base de ativos no exterior, disse Castejan, acrescentando que serão dirigidos também US$ 2,7 bilhões a ações nos Estados Unidos, US$ 2 bilhões na África e US$ 3,4 bilhões na América Latina.

O executivo da Petrobras informou ainda que a meta é ampliar a produção externa atual de 233 mil barris/dia para 568 mil barris/dia em 2011. No segmento de refino, a expansão pretendida é aumentar de 153 mil barris/dia para 500 mil barris/dia. A receita operacional passará dos atuais US$ 4,9 bilhões para US$ 15 bilhões em 2011. A empresa já gera seis mil empregos no exterior com atividades de exploração, produção e distribuição.

Para Castejan, o Brasil ganha com a internacionalização da Petrobras. Temos levado conosco fornecedores brasileiros, que assim começam a acessar o mercado externo também. Segundo ele, em cada 50 mil barris produzidos são gastos US$ 250 milhões em compras e contratações. São gastos da ordem de US$ 1 bilhão, 70% fica no local, mas é crescente a compra no mercado nacional. As compras de serviços no Brasil cresceram 800% nas operações da empresa na América Latina.

Crédito mais barato

Castejan destacou a necessidade da internacionalização não só para diversificar o portfólio, mas também como instrumento de acesso a crédito mais barato. Antes o custo do crédito era quase o dobro. Ganhamos mais competitividade e capacidade de investimento.

Na avaliação do diplomata e vice-presidente do Jornal do Brasil, Marcos Troyjo, o desafio do Brasil é exportar ou morrer. De acordo com ele, nos últimos 25 anos, a história tem mostrado que os países sem capacidade de poupança têm seguido dois caminhos, quando há crescimento e liquidez na economia mundial, pedem dinheiro emprestado ou vendem, realizando grandes esforços para comercializar produtos no mercado internacional.

No primeiro caso estão o Brasil e a Argentina, enquanto China, Coréia, Chile e México (pós-1994) integram o segundo bloco e obtêm mais sucesso na economia internacional. Em 1980, o Brasil exportava US$ 1 bilhão para os Estados Unidos e a China nada. Hoje os chineses vendes aos norte-americanos US$ 480 bilhões e o Brasil US$ 21 bilhões, citou, explicando que a China, com os fatores da terra e trabalho mais baratos, fez acordos que permitiram a migração de ativos produtivos para seu território. A China virou plataforma de exportação para o mercado norte-americano, afirmou.

Para Troyjo, o Brasil precisa desenvolver planejamento com base em princípio de nação vendedora. O Brasil sequer tem plano de negócios nem metas a serem alcançadas. As micro e pequenas empresas têm uma participação ínfima nas exportações. O diplomata relacionou as necessidades de desoneração tributária, investimentos em logística, mas também destacou a importância de profissionais qualificados para atuar no processo de exportações. A China tem prédio de 13 andares na Avenida Paulista, em São Paulo, com 800 pessoas trabalhando na atração de investimento e para vender ao Brasil. Eles fazem diplomacia empresarial, disse Troyjo, lamentando que o estado de São Paulo não possua nenhum escritório de representação comercial no mundo.

O Brasil precisa de uma reforma de inserção internacional e de adotar o modelo de nação vendedora com recursos humanos qualificados, disse.

O cientista social José Luiz Niemeyer ressaltou que o Brasil não está inserido na agenda internacional. Somos um país muito fraco comercialmente. Nossa participação é mínima. E também somos frágeis politicamente, chegamos a ser anulados por países inferiores economicamente quando buscamos exercer alguma influência. Ele reclamou a existência de apenas 1.000 diplomatas brasileiros, quando se necessitam do dobro. Também destacou a fragilidade militar nacional. Apenas um porta-avião norte-americano anula toda nossa força militar, afirmou.

Se não tem peso mundial, o Brasil, segundo Niemeyer, tem força na América do Sul. Para ele, as relações internacionais se fundamentam em questões de poder. Na opinião do cientista social, o Brasil não tem a cultura de construir cenários. É necessário definir objetivos estratégicos, recomendou. Não só ao estado, mas também às empresas, completou. Segundo ele, a empresa não age no contexto internacional sem o apoio do estado.

Fonte: Gazeta Mercanti (José Pacheco Maia Filho)

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Premiação
Gasmar conquista prêmio nacional com projeto desenvolvid...
08/07/25
Pré-Sal
FPSO Guanabara MV31 lidera produção nacional de petróleo...
08/07/25
Gás Natural
Petrobras vai escoar mais gás do pré-sal para baixar pre...
07/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Petrobras aposta no Sergipe Oil & Gas e será a patrocina...
07/07/25
Indústria Naval
Estaleiros brasileiros e chineses assinam documento para...
07/07/25
Etanol
Anidro sobe 0,11% e hidratado recua 0,17% na semana
07/07/25
Porto de Santos
Ageo Terminais conclui captação de R$ 154 milhões em deb...
07/07/25
Logística
Durante o Macaé Energy, Líder Aviação destaca experiênci...
07/07/25
Gás Natural
SCGÁS divulga novos projetos aprovados por meio de leis ...
04/07/25
Rio Grande do Sul
Sulgás defende mobilização de deputados gaúchos para ass...
04/07/25
Biodiesel
ANP recebe doação de equipamentos para detectar teor de ...
04/07/25
Meio Ambiente
Biometano emite até 2,5 vezes menos CO₂ do que eletricid...
04/07/25
Fusões e Aquisições
Petróleo lidera fusões e aquisições globais; especialist...
04/07/25
Investimentos
Petrobras irá investir R$ 33 bilhões em projetos de refi...
04/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Petrobras aposta no Sergipe Oil & Gas e será a patrocina...
04/07/25
Pessoas
Julia Cruz é a nova secretária de Economia Verde, Descar...
03/07/25
Gás Natural
TBG lança produto de curto prazo flexível anual
03/07/25
Resultado
Grupo Potencial cresce 70% em vendas de Arla 32 e planej...
03/07/25
Petroquímica
Vibra entra no mercado de óleos básicos para atender dem...
03/07/25
Biocombustíveis
Brasil pode liderar descarbonização do transporte intern...
03/07/25
Energia Elétrica
PMEs: sete dicas para aderir ao mercado livre de energia
03/07/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

22