Gazeta Mercantil
A Petrobras começa neste mês as licitações bilionárias para projetos inéditos. São duas plataformas que marcam o início de uma nova era para a estatal: a P-55, desenhada pela própria Petrobras, sem contratação de projeto no exterior, e a P-57, a primeira unidade de produção de petróleo com casco novo - o que marca o fim da conversão de navios no Brasil.
Inusitados, os projetos precisam ser conhecidos pelas empresas que serão convidadas a participar da licitação. "Será um mês de interação com o mercado", explica o diretor de Serviços da estatal, Renato Duque. No começo de 2006 será formalizada a concorrência com o envio de cartas-convite.
Como de praxe, Duque não citou preços, mas alguns arriscam dizer que as duas custarão no mínimo US$ 1,2 bilhão. O valor considera plataformas do tipo FPSO, como será a P-57. Indagado sobre a possibilidade de a construção de um novo casco - em vez do aproveitamento de um navio antigo - encarecer a licitação, Duque negou. "Para aproveitar um navio antigo, gastasse muito também em placas", argumentou. A P-55 será uma unidade semi-submersível, modelo também já usado pela estatal. A P-55 produzirá óleo no campo de Roncador, na Bacia de Campos. A P-57 será direcionada para a bacia do Espírito Santo, no campo de Jubarte.
Numa escala de 0 a 10, os fornecedores da Petrobras ganharam 3,8 numa avaliação realizada pela estatal junto a 600 empresas. "Se fosse na escola, estas empresas já estariam reprovadas. Temos que investir pesadamente em segurança, meio ambiente e saúde - vai ser condição obrigatória para trabalhar para a Petrobras", avisa.
Para capacitar micro e pequenas empresas às novas exigências, a estatal formou parceria com o Sebrae. Com R$ 12 milhões, o convênio permitirá a aplicação de cursos e técnicas para fornecedores que já prestam serviços para a petrolífera. "As exigências são crescentes", diz o diretor-superintendente do Sebrae-RJ, Sergio Malta.
A preocupação do Sebrae-RJ é aproveitar os investimentos da ordem de US$ 10 bilhões que estão sendo aplicados no estado do Rio para desenvolver as regiões contempladas. "Queremos que a população pegue carona nesses megaprojetos, que podem ser corredores de riquezas" frisa Malta. No seminário promovido pelo Sebrae-RJ "Grandes Investimentos no Rio, oportunidades para as micro e pequenas empresas", ele citou municípios ricos em geração de divisas - como Duque de Caxias - mas pobres em qualidade de vida por não distribuir renda.
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