Com concessão até o ano de 2025 no campo marítimo de Espada, no litoral de Paracuru, a Petrobras deverá perfurar oito poços na região e ainda construir uma nova plataforma de petróleo na localidade, para dar conta da ampliação da produção. As ações foram previstas no plano de desenvolvimento do campo, aprovado em julho passado pela Agência Nacional do Petróleo Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Já produzindo há mais de 30 anos (o início da produção comercial se deu em 1982, quatro anos após ter sido descoberto), o campo deverá, com as medidas a serem aplicadas, mais que triplicar sua produção em sete anos.
Situação atual
Até 2020, espera-se que o volume de petróleo retirado no campo passe dos atuais 278,6 m³ diários para vazões máximas esperadas em torno de 1.000 m³/dia. O campo de Espada possui atualmente oito poços produtores, dos quais dois estão parados por perda de surgência (quando o óleo não consegue mais ser extraído do poço pelos processos naturais). A previsão é de que um seja abandonado no próximo ano e o outro está à espera de restauração.
"Com a implantação do projeto de desenvolvimento complementar, pretende-se perfurar mais oito poços, dos quais serão cinco produtores e três injetores, além da conversão de um poço para injetor. O campo ficará com 11 poços produtores e 4 poços injetores", informa o plano de desenvolvimento.
Como o campo possui apenas uma plataforma fixa instalada, a PEP-1, prevê-se a construção da PEP-2 para reforçar a infraestrutura do campo, que ficará na mesma profundidade da primeira, a 34 metros do nível do mar.
Com a entrada do projeto complementar, haverá ainda a inclusão de mais quatro novos dutos de escoamento num total de 35,8 km e dois aquedutos num total de 7,1km, que se somarão aos dois já existentes.
O sistema de escoamento de Espada leva a produção para a plataforma PCR-1/2, do campo de Curimã, também no litoral de Paracuru, de onde o gás é enviado para a Lubnor (refinaria da Petrobras no Mucuripe), o óleo enviado para um navio, onde é realizada a medição fiscal, e a água é tratada e jogada no mar.
"São investimentos altos. A estimativa de empregos diretos da Petrobras é pequena, mas em relação aos indiretos, vão de 100 a 200, com prestação de serviço, transporte, fornecimento de materiais, alimentação, etc", analisa o presidente do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Ceará e Piauí (Sindipetro-CE/PI), Orismar Holanda.
Outros campos
Além de Espada, o Ceará possui outros três campos de exploração marítima, todos localizados no litoral de Paracuru, em águas rasas (até 50 metros de profundidade) e sob concessão da Petrobras. A ANP ainda não divulgou os planos de desenvolvimento dos campos de Atum e Curimã. O de Xaréu também foi aprovado em julho passado, mas não há nenhuma previsão de grandes investimentos.
"Além do projeto de custeio (produção sem investimentos adicionais) do Campo de Xaréu, a carteira de projetos contempla intervenções de restauração e ampliação do sistema de injeção de água. Não há previsão do lançamento de novas estruturas ou perfuração de novos poços", explica o plano.
Xaréu, descoberto em 1977 e com produção iniciada em 1981, é bem maior que Espada, possuindo 49 poços perfurados, sendo 25 deles produtores de petróleo. Existem também três plataformas fixas no litoral cearense: PXA-1, PXA-2 e PXA-3. O campo se localiza a 32 metros de lâmina d´água.