As empresas brasileiras Queiróz Galvão, Odebrecht, Petroserv e Schahin Engenharia construirão seis plataformas para a Petrobras. O edital não exige construção no Brasil, nas a operação terá que ser nacional.
A Petrobras assinou, nesta segunda-feira (31/07), contratos de afretamento de seis sondas flutuantes de perfuração no valor total de R$ 10,5 bilhões com empresas brasileiras. A Petrobras exige 90% de conteúdo nacional na operação das sondas, mas não incluiu no edital a determinação para a construção no Brasil.
"Os estaleiros estão lotados de obras com as encomendas da Transpetro. O nosso problema é o tempo. Temos que atender à curva de produção que queremos e os prazos dos compromissos assumidos com a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). A construção no Brasil não foi colocada nos editais porque seria um impeditivo para atender esses prazos", afirmou o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella.
Durante a fase de operação, no entanto, cada uma das sondas vai gerar cerca de 200 empregos diretos, de operadores embarcados. Inicialmente, 90% desta mão-de-obra terá que ser formada por brasileiros e gradualmente esse conteúdo nacional terá que chegar a 100%.
As companhias vencedoras dos contratos foram as construtoras Norberto Odebrecht e Queiróz Galvão, a Schahin Engenharia e a Petroserv. Cada uma das empresas será responsável pela construção de uma sonda com capacidade para perfuração em lâminas d`água de até 2 mil metros. A Shahin Engenharia e a Queróz Galvão ainda venceram as licitações para a construção de outras duas sondas com maior capacidade para perfuração em lâminas d`água de até 2,4 mil metros.
O representante da Queiróz Galvão, presente na assinatura do contrato, afirma que o estaleiro a ser construído pela companhia em Pernambuco não deverá ser usado para a construção das sondas.
A empresa faz parte do consórcio Atlântico Sul, participante da licitação da Transpetro e vencedor do lote de 10 navios Suezmax, que serão construídos em um estaleiro - ainda a ser construído - em Suape (PE).
O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, ressalta que o contrato não é de aquisição de sondas, mas de afretamento e que por isso a Petrobras não tem ingerência sobre a construção. "As sondas serão construídas nos estaleiros que eles contratarem e vão operar com pessoal brasileiro", resumiu.
Segundo o modelo de contrato, as empresas construirão as sondas a Petrobras começará a pagar pelo arrendamento quando forem entregues. A previsão é de que as quatro sondas de 2 mil metros comecem a operar em 2010. As outras duas deverão começar a operar antes, em 2009.
Os diretores da Petrobras afirmaram que estes seis contratos estão de acordo com a política da empresa de ampliar a participação de empresas brasileiras e de produtores no Brasil como fornecedores de bens e serviços.
Estella ressalta que esse contratos tem o objetivo de diversificar os fornecedores de forma a evitar que a Petrobras tenha uma grande concentração de seus equipamentos em contratos com poucas companhias. Os contratos, segundo informa o diretor, estão cerca de 20% abaixo dos preços praticados no mercado internacional.
Atualmente, das 23 sondas arrendadas pela petroleira brasileira, 19 delas são pertencentes a quatro empresas estrangeiras, outras quatro são de propriedade da Petrobras. A companhia tem ainda outros nove contratos de arrendamento em andamento para substituir os contratos que estão em fase final nos próximos anos.
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