Gazeta Mercantil
O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, afirmou ontem em uma conferência em Nova York que a estatal não terá problemas para cumprir sua meta de produção de petróleo e outros hidrocarbonetos em 2009.
Nos últimos anos, a estatal brasileira ficou aquém de suas metas de produção devido à manutenção de plataformas e a atrasos na entrega de novas. “Neste ano será mais fácil atingir nossas metas”, disse Gabrielli. “Já temos a infraestrutura que precisamos”, acrescentou.
Fonte externa secou
Gabrielli também afirmou que será “mais difícil acessar” os mercados de capital internacionais em 2009, fator que pode limitar a quantidade de financiamento que consegue angariar a partir de fontes externas. Ele disse que o acesso a financiamento de bancos privados pode se recuperar em 2010.
Barril entre US$ 40 e US$ 50
Os preços globais do petróleo em 2009 devem ficar em um intervalo entre US$ 40 e US$ 50 o barril, afirmou Gabrielli. “Eu os vejo nesse intervalo neste ano”, disse o executivo.
O petróleo subiu ontem devido à percepção de que os cortes de produção pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) já começaram a fazer efeito. A demanda global por petróleo deve ficar em média em 85 milhões de barris por dia neste ano, disse Gabrielli. Isso fica um pouco acima da estimativa feita na semana passada pela Administração de Informação de Energia dos EUA (AIE) de 84,27 milhões de bpd.
Uma queda de quase 70% nos preços do petróleo desde julho não levará a nenhuma redução na parcela de lucros que a Petrobras planeja pagar em dividendos a seus acionistas neste ano, disse o executivo.
Panorama nebuloso
A avaliação das ações da Petrobras é “injustificável” e os lucros da empresa deverão cair em vista do panorama nebuloso dos preços do petróleo, segundo o Credit Suisse Group. “Em vista do baixo nível de visibilidade dos preços do petróleo e dos riscos de queda dos lucros da Petrobras, acreditamos que o diferencial positivo recorde da avaliação da empresa em relação às demais do mercado local e às congêneres mundiais é injustificável”, escreveu o analista Emerson Leite em nota.
O analista, lotado em São Paulo, reduziu sua projeção dos lucros da Petrobras deste ano e do ano que vem, além de sua estimativa dos preços do petróleo.
Lucro 39% menor
Leite, o segundo principal analista de combustíveis para a América Latina segundo a revista Institutional Investor, rebaixou suas estimativas de lucro da Petrobras em 2009 e 2010 em 20% e 39%, respectivamente.
As American Depositary Receipts (ADRs) da Petrobras deverão ser negociadas a US$ 26 cada, em relação à estimativa anterior de US$ 28, disse ele, reafirmando sua avaliação “neutra” para as ações da empresa.
Preço do petróleo a US$ 50
O petróleo deverá ser negociado a US$ 50 o barril este ano e a US$ 60 o barril no ano que vem, escreveu Leite. Esses valores devem ser comparados aos da estimativa anterior, de US$ 60 o barril para este ano e US$ 80 para 2010.
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