Valor Econômico
A Petrobras não descarta realizar uma licitação internacional para a contratação do último pacote de equipamentos para a refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. O diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, afirmou ontem que a empresa já chegou a um denominador comum com os fornecedores dos sistemas de destilação, hidrotratamento (HDT), coqueamento e das ligações entre a refinaria e o porto, mas depois de duas chamadas de preços ainda não fechou acordo para construção das interligações entre os sistemas.
"Vamos licitar de novo. Se não chegarmos a um consenso, abriremos, quem sabe, a licitação internacional. Não posso fazer quatro licitações", ressaltou o executivo, lembrando que a companhia não vai "fazer o projeto a qualquer custo".
O diretor explicou que nas quatro licitações que foram bem sucedidas houve uma queda "muito boa" dos preços em relação ao que havia sido proposto antes do agravamento da crise internacional. Costa voltou a criticar as comparações feitas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para avaliar os custos da terraplenagem em Abreu e Lima. O executivo explicou que, apesar da recomendação do TCU para que a obra em Pernambuco fosse paralisada, a estatal mantém os trabalhos no local.
"O TCU emite um relatório, chamado de relatório preliminar, em que ele sugere (a paralisação). Ele (TCU) não tem autonomia para parar a obra", frisou o diretor, que participou de palestra organizada pelo Instituto Brasileiro dos Executivos de Finanças (Ibef), no Rio de Janeiro.
A revisão das estimativas de custos para construção da refinaria - que pularam de US$ 4 bilhões em 2006 para cerca de US$ 12 bilhões atualmente - também foi minimizada pelo diretor, que lembrou que apenas a variação cambial contribuiu para um aumento de US$ 2 bilhões nas estimativas. Costa lembrou que entre 2006 e 2008 houve um forte aquecimento no mercado de serviços e equipamentos e no Brasil, que sentiu menos os efeitos da crise internacional, esses custos não recuaram tanto depois de setembro do ano passado.
"O preço do aço lá fora caiu muito, mas no Brasil caiu pouco e já voltou a subir. Por isso a Transpetro está comprando aço lá fora", lembrou Costa. "Já o custo da mão de obra não caiu nada", acrescentou.
Em relação ao Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), Costa explicou que metade da terraplenagem já foi concluída e que cinco licitações da primeira geração (refinaria petroquímica) já foram lançadas ao mercado, das quais duas tiveram os preços recolhidos e considerados muito altos pela estatal. O diretor destacou que até o fim do ano outras seis licitações serão lançadas, concluindo todos os sistemas e equipamentos necessários para a construção da primeira geração.
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