Redação TN Petróleo, Agência Petrobras
A Petrobras inaugurou, nesta sexta-feira (13/9), o Complexo de Energias Boaventura. O empreendimento, localizado em Itaboraí, região metropolitana do Rio de Janeiro, é composto pela maior unidade de processamento de gás natural (UPGN) do país e pelo gasoduto Rota 3, que transportará gás do pré-sal da Bacia de Santos.
Quando estiver em pleno funcionamento, o Complexo de Energias Boaventura vai viabilizar o escoamento de até 18 milhões de m³/dia, pelo Projeto Integrado Rota 3; e o processamento, pela UPGN, de até 21 milhões de m³/dia de gás natural. O ativo já conta com mais de 600 profissionais, entre próprios e terceirizados, envolvidos diretamente na operação, manutenção de equipamentos e suporte operacional do gasoduto e das plantas de processamento de gás e de utilidades.
No evento de inauguração, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard (foto) destacou o significado do nome do novo ativo e frisou como o gás natural será essencial para o processo de uma transição energética.
“O Complexo de Energias Boaventura é um passo importante da Petrobras em direção à missão de ampliar a oferta de gás ao mercado nacional, e de minimizar nossas importações de GLP e de diesel. O empreendimento também está alinhado ao nosso objetivo de fazer a transição para uma matriz energética mais renovável, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa. O nome ‘complexo de energias’ coube muito bem para esse projeto pois transmite o esforço contínuo e crescente da Petrobras rumo à diversificação energética, com sustentabilidade e inovação”, afirmou Magda.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou, durante o evento, que quer transformar a Petrobras na maior empresa de energia da América Latina. “Isso é um sonho, e eu gosto de sonhar. Porque no dia que acabar o petróleo, a Petrobras será a maior empresa produtora de biocombustíveis, será a maior produtora de etanol desse país, será a maior produtora de hidrogênio verde desse país. A Petrobras é mais do que uma indústria de óleo e de petróleo, ela é uma indústria de energia e ela vai produzir o que for necessário”, disse.
Na visão do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a inauguração do Complexo disponibilizará gás natural para a produção de fertilizantes, petroquímicos e outros setores que dependem desse insumo na sua cadeia produtiva. "O Gasoduto Rota 3 tem 355 quilômetros de extensão e capacidade para escoar até 18 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. E é a prova que o Brasil voltou para o caminho certo. A Petrobras voltou para o caminho que nunca deveria ter saído", detalhou.
Além do gasoduto implantado para o escoamento de gás natural e da UPGN, a Petrobras está trabalhando em outros projetos no Complexo, que incluem duas termelétricas a gás, para participação nos leilões previstos pelo setor elétrico, e unidades de refino para produção de combustíveis e de lubrificantes. Visando atingir emissão zero de carbono pela companhia, também está sendo estudada a implementação de uma planta de biocombustível dedicada, que produzirá diesel e QAV 100% renováveis. Outra frente importante do ativo será a captura de carbono, conectando-o ao projeto piloto do hub de CCUS no Rio de Janeiro.
A estimativa é que cerca de 10 mil postos de trabalho sejam gerados durante a fase de obras de expansão do Complexo e aproximadamente 3 mil empregos permanentes para a operação e atividades de suporte.
Por meio do Programa Autonomia e Renda Petrobras, a companhia irá qualificar cerca de 20 mil pessoas em situação de vulnerabilidade social e moradoras das áreas de abrangência das operações. O programa, que receberá cerca de R$ 350 milhões em quatro anos, tem como objetivo ampliar as oportunidades de empregabilidade no setor de Óleo e Gás.
R$ 20 bi para o estado do Rio de Janeiro
A Petrobras prevê investimentos de aproximadamente R$ 20 bilhões no setor de refino no estado do Rio de Janeiro nos próximos anos. No Complexo de Energias Boaventura serão investidos R$ 13 bilhões, na implantação de plantas de produção de lubrificantes, diesel e QAV. Outros R$ 7 bilhões serão investidos em melhorias na Reduc.
Após a conclusão das obras de todo o Complexo de Energias Boaventura, o conjunto de unidades terá capacidade aproximada de produzir 12 mil barris por dia (bpd) de óleos lubrificantes de Grupo II, 75 mil bpd de diesel S-10 e 20 mil bpd de querosene de aviação (QAV-1). A planta vai operar em sinergia com a Refinaria Duque de Caxias (Reduc).
Espaço cultural e turístico
Durante o evento de inauguração, foi firmado um protocolo de intenções pela Petrobras, Ministério da Cultura, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, Instituto Cultural Cidade Viva e Instituto BR Arte para avaliar a implantação de um espaço cultural e turístico junto às ruínas do Convento São Boaventura, voltado especialmente aos moradores da região e demais interessados.
Localizadas na área do Complexo, as ruínas do Convento são os resquícios da edificação, construída no século XVII, e são um patrimônio histórico nacional e estadual tombado desde 1978. A Petrobras trabalha na manutenção e na conservação da estrutura original do convento e arredores, de forma a garantir a sua preservação possibilitando que as novas gerações tenham acesso ao local.
Os próximos planos do projeto preveem a abertura do sítio arqueológico para a visitação da população, numa parceria entre poder público e sociedade.
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