Discussão

Participação da Petrobras em leilão eólico provoca dúvidas

Jornal do Commercio
11/05/2009 06:49
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Uma declaração atribuída à diretora de Gás e Energia da Petrobras, Maria das Graças Foster, de que a estatal participará do leilão eólico do final do ano para dar economicidade ao processo causou um ponto de interrogação no setor. A dúvida é se a presença da companhia poderá fazer com que os preços da energia baixem a ponto de desinteressar os outros competidores.

 


Os agentes do segmento eólico são cautelosos ao tratar do assunto. O diretor-executivo da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Pedro Perrelli, diz que é prematuro afirmar se a entrada da Petrobras na disputa realmente baixará os valores leiloados. No entanto, ele aponta que a participação de uma empresa capitalizada e com grande peso como a Petrobras terá um efeito positivo a favor da credibilidade e do modelo adotado pelo Ministério de Minas e Energia.

 


Perrelli também acha que é cedo para presumir que o interesse da estatal possa afugentar investidores privados do leilão. “Estarão presentes, competindo pelos MW eólicos do leilão, outras empresas de grande porte de origem espanhola, portuguesa, francesa, norte-americana e grega”, ressalta o diretor da ABEEólica. Ele crê que haverá espaço para todos, pois uma das vantagens adicionais da geração a partir da energia eólica é a possibilidade de implementar parques de diversos tamanhos.

 


O presidente da Ventos do Sul Energia, Telmo Magadan, argumenta que caso a Petrobras participe do leilão com valores irreais será uma contradição, porque afastaria investidores do mercado. No entanto, ele prevê que isso não irá ocorrer, já que a empresa também precisa dar retorno aos seus acionistas. Magadan, que também é presidente da comissão de energia e telecomunicações da Federasul, é contrário a qualquer mecanismo artificial que possa desestabilizar a disputa do leilão. Ele afirma que, como cidadão, é um defensor de tarifas acessíveis que não onerem demais o consumidor final. Contudo, o dirigente faz a ressalva de que o preço não pode inviabilizar os investimentos.

 


Magadan lembra que, apesar do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia (Proinfa) que viabilizou o parque de Osório, ainda não foi possível estabelecer no Brasil uma política concretizada para a geração eólica. “Se houvesse uma política clara, já poderíamos ter duplicado o parque eólico gaúcho.” Ele enfatiza que falta estabelecer um “horizonte” para a implantação de projetos eólicos no País. Isso permitiria às empresas traçarem seus planejamentos técnicos, além de criar uma cultura industrial para equipamentos de produção eólica.

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