O grande desafio da construção do FPSO BW Pioneer, utilizado em Cascade Chinook, em águas profundas no Golfo do México, foi a parte regulatória. O projeto serviu como 'case' para as autoridades americanas elaborarem a legislação para FPSOs no Golfo do México. A afirmação foi dada a pouco pelo gerente de ativos da Petrobras America, Cesar Luiz Palagi, que participou de sessão especial sobre o projeto no último dia da Rio Oil & Gas 2012. Hoje a plataforma de Cascade-Chinook é a que opera em águas mais profundas no mundo.
Este foi o primeiro FPSO a produzir petróleo e gás no setor americano do Golfo do México. No último dia 6 de setembro, foi iniciada a produção do campo de Chinook, interligado ao FPSO BW Pioneer, localizado a aproximadamente 250 quilômetros da costa do Estado da Luisiana no Golfo do México americano. Sua capacidade de produção é de 80 mil barris por dia.
"A novidade do FPSO BW Pioneer em relação ao que operamos no Brasil é o sistema de ancoragem, que permite a desconexão", disse. A decisão de criar um sistema desconectável foi tomada por causa dos furacões no Golfo do México.
O casco do FPSO foi convertido na China e os módulos foram instalados em Cingapura. O escoamento de petróleo é realizado através de um navio 'shuttle tanker', chamado Overseas Cascade.
Palagi afirmou que as informações que a Petrobras tinha do reservatório eram limitadas, então resolveram fazer o projeto em fases. Atualmente existe um poço produzindo em Cascade e um poço em Chinook. "A região é extremamente complexa, temos desafios como as condições atmosféricas e o escoamento de petróleo e gás para as refinarias na costa. Além disso, há bastante óleo ´in place´, mas o fator de recuperação é baixo se comparado à Bacia de Campos", comentou.
O gerente contou ainda que a tripulação do FPSO, que é americana, por exigências governamentais, foi treinada no Brasil. De acordo com ele, a estatal procurou incorporar as lições aprendidas no Brasil. "A mensagem forte é a capacidade que a Petrobras teve de formar uma equipe como esta fora do Brasil”, reforçou.
Para Palagi, as principais contribuições do projeto ao Brasil são a parte dos poços, pois as perfurações são ultra profundas - ainda mais que o pré-sal; o desaclopamento dos equipamentos submarinos das plataformas; e o sucesso das operações simultâneas.