A estatal Eletrobrás entregou ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) na última quarta-feira os documentos complementares que haviam sido solicitados pelo órgão ambiental dentro do processo de licenciamento da hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA). A informação é de uma fonte da área ambiental do governo que acompanha de perto a situação da usina.
Na última semana de novembro do ano passado, o Ibama solicitou à empresa, responsável pelos estudos do projeto de 11,2 mil megawatts (MW) complementações sobre pontos pendentes nos relatórios ambientais já apresentados. Entre essas dúvidas estavam informações sobre os impactos sociais causados pela migração a ser gerada pela obra, assim como dados técnicos mais específicos referentes à qualidade da água nos canais da futura usina.
Segundo a fonte, o Ibama deve concluir em duas semanas a análise dessa documentação e, se todas as exigências tiverem sido cumpridas, poderá dar, ao fim deste prazo, seu parecer sobre a liberação ou não da licença prévia. No fim do ano passado, a pressão sobre o Ibama para que a licença fosse liberada logo acabou causando pedido de demissão do então coordenador-geral de Infraestrutura de Energia, Leozildo Tabajara da Silva Benjamin, e do ex-diretor de licenciamento, Sebastião Custódio Pires.
Segundo o técnico, principalmente depois de Leozildo ter denunciado o açodamento, mudou o tom das pressões sobre o Ibama.