Indicadores

Parcela exportada da indústria cai em 2013

Dados são da Firjan.

Valor Econômico
10/02/2014 11:16
Visualizações: 379

 

A valorização do câmbio, a desoneração da folha de pagamentos para duas dezenas de setores, a redução do custo da energia elétrica e mesmo uma correção um pouco mais branda dos salários não foram suficientes para a indústria recuperar espaço na exportação. No ano passado, a parcela da produção industrial destinada às vendas externas voltou a cair, segundo índice desenvolvido pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). A queda foi pequena, mas a expectativa era que a desvalorização de quase 15% do real na comparação com o dólar americano pavimentasse o caminho para que a indústria brasileira recuperasse pelo menos uma ínfima parte do mercado internacional perdido ao longo dos últimos anos. Apenas alguns setores conseguiram essa façanha.
De acordo com o Índice Firjan de produção Exportada (IFPE), 22,2% de tudo que a indústria de transformação produziu foi vendido no exterior. Em 2012, essa participação foi levemente maior (22,5%) e no auge, em 2005, ela alcançou 25%. A média, porém, embute setores cuja presença no exterior praticamente desapareceu (como a indústria de confecções, cuja parcela destinada ao exterior caiu de 6,5% para 1,7% nos últimos dez anos) e o setor de celulose e papel, no qual ela passou de 30% em 2003 para 44,3% no ano passado.
Os dados de 2013 mostram que seria preciso um ajuste muito grande no câmbio para compensar as diferenças de custo e de tributação entre o Brasil e o mundo, observa o gerente de Economia e Estatística da Firjan, Guilherme Mercês. No cenário atual de baixa competitividade, dado por custos como mão de obra, energia e impostos, diz ele, a indústria não consegue elevar sua presença no exterior ao mesmo tempo em que cresce a concorrência de produtos importados no mercado doméstico.
Alguns setores são emblemáticos dessa situação. Em 2003, 21,5% da produção do segmento de material eletrônico e de comunicação foi vendida no exterior, percentual que despencou para 5,9% no ano passado. Essa perda impactou diretamente a produção do setor porque o volume produzido em 2013 foi idêntico ao de 2003.
Entre os 20 setores de transformação nos quais a Firjan agrupou a produção nacional, nove reduziram sua parcela exportada entre 2012 e 2013. Na comparação com 2003, apenas três hoje vendem uma parcela maior da produção no exterior (celulose, produtos alimentícios e couros e calçados) e outros três estão estáveis, enquanto 14 reduziram esse volume. Os poucos setores que ganharam espaço representam segmentos onde o país tem alguma vantagem comparativa, muitas vezes associada à commodities ou produtos básicos, como o de celulose, ou mesmo o de couros e calçados. Nesse setor, a parcela exportada passa de 50% para 88% em dez anos, mas o aumento veio, principalmente, do maior volume de couro importado e não do bem acabado, o calçado.
Na avaliação de Mercês, as medidas adotadas pelo governo ao longo de 2012 e 2013 para ajudar a indústria com redução do custo da folha de salários e energia, além do financiamento de máquinas quase a custo zero com o Programa de Sustentação do Investimento (PSI) foram na direção correta, porém insuficientes e cujo impacto ficou aquém do esperado.
Para 2014, a expectativa da Firjan é de alguma recuperação no desempenho exportador, com ajuda do câmbio e de uma pequena melhora na demanda externa, ainda que a crise Argentina seja um fator negativo para esse cenário. A recuperação, contudo, será bem modesta, estima Mercês.

A valorização do câmbio, a desoneração da folha de pagamentos para duas dezenas de setores, a redução do custo da energia elétrica e mesmo uma correção um pouco mais branda dos salários não foram suficientes para a indústria recuperar espaço na exportação. No ano passado, a parcela da produção industrial destinada às vendas externas voltou a cair, segundo índice desenvolvido pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). A queda foi pequena, mas a expectativa era que a desvalorização de quase 15% do real na comparação com o dólar americano pavimentasse o caminho para que a indústria brasileira recuperasse pelo menos uma ínfima parte do mercado internacional perdido ao longo dos últimos anos. Apenas alguns setores conseguiram essa façanha.

De acordo com o Índice Firjan de produção Exportada (IFPE), 22,2% de tudo que a indústria de transformação produziu foi vendido no exterior. Em 2012, essa participação foi levemente maior (22,5%) e no auge, em 2005, ela alcançou 25%. A média, porém, embute setores cuja presença no exterior praticamente desapareceu (como a indústria de confecções, cuja parcela destinada ao exterior caiu de 6,5% para 1,7% nos últimos dez anos) e o setor de celulose e papel, no qual ela passou de 30% em 2003 para 44,3% no ano passado.

Os dados de 2013 mostram que seria preciso um ajuste muito grande no câmbio para compensar as diferenças de custo e de tributação entre o Brasil e o mundo, observa o gerente de Economia e Estatística da Firjan, Guilherme Mercês. No cenário atual de baixa competitividade, dado por custos como mão de obra, energia e impostos, diz ele, a indústria não consegue elevar sua presença no exterior ao mesmo tempo em que cresce a concorrência de produtos importados no mercado doméstico.

Alguns setores são emblemáticos dessa situação. Em 2003, 21,5% da produção do segmento de material eletrônico e de comunicação foi vendida no exterior, percentual que despencou para 5,9% no ano passado. Essa perda impactou diretamente a produção do setor porque o volume produzido em 2013 foi idêntico ao de 2003.

Entre os 20 setores de transformação nos quais a Firjan agrupou a produção nacional, nove reduziram sua parcela exportada entre 2012 e 2013. Na comparação com 2003, apenas três hoje vendem uma parcela maior da produção no exterior (celulose, produtos alimentícios e couros e calçados) e outros três estão estáveis, enquanto 14 reduziram esse volume. Os poucos setores que ganharam espaço representam segmentos onde o país tem alguma vantagem comparativa, muitas vezes associada à commodities ou produtos básicos, como o de celulose, ou mesmo o de couros e calçados. Nesse setor, a parcela exportada passa de 50% para 88% em dez anos, mas o aumento veio, principalmente, do maior volume de couro importado e não do bem acabado, o calçado.

Na avaliação de Mercês, as medidas adotadas pelo governo ao longo de 2012 e 2013 para ajudar a indústria com redução do custo da folha de salários e energia, além do financiamento de máquinas quase a custo zero com o Programa de Sustentação do Investimento (PSI) foram na direção correta, porém insuficientes e cujo impacto ficou aquém do esperado.

Para 2014, a expectativa da Firjan é de alguma recuperação no desempenho exportador, com ajuda do câmbio e de uma pequena melhora na demanda externa, ainda que a crise Argentina seja um fator negativo para esse cenário. A recuperação, contudo, será bem modesta, estima Mercês.

 

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Meio Ambiente
ANP realiza workshop sobre emissões de metano em conjunt...
05/11/25
Combustíveis
Procon Carioca firma parceria inédita com o Instituto Co...
05/11/25
Energia Elétrica
Thopen adquire operação de geração distribuída de energi...
05/11/25
Resultado
PRIO divulga resultados do 3T25 com avanços em Wahoo, Al...
05/11/25
PD&I
Noruega e Brasil lançam nova chamada conjunta de financi...
04/11/25
Descomissionamento
ABPIP realiza segundo workshop com ANP para discutir des...
04/11/25
iBEM26
Evento internacional de energia abre inscrições para ati...
04/11/25
Etanol
UNICA e Cetesb firmam acordo para fortalecer gestão ambi...
04/11/25
OTC Brasil 2025
Petrobras estuda ter centro logístico no Amapá enquanto ...
03/11/25
Pré-Sal
Campo de Búzios atinge produção recorde de 1 milhão de b...
03/11/25
Mão de obra
Programa de Desligamento Voluntário é lançado pela Petrobras
03/11/25
Etanol
Preços do anidro e do hidratado registram alta
03/11/25
Evento
PPSA reúne CEOs para debater o futuro da indústria de ól...
03/11/25
Evento
Porto do Açu e Porto de Antuérpia-Bruges assinam carta d...
03/11/25
Transição Energética
Fórum Econômico França-Brasil discute transição energéti...
03/11/25
Energia Elétrica
MP do setor elétrico: Órigo Energia ressalta importância...
03/11/25
Posicionamento IBP
PLV 10/2025 prejudica o ambiente de negócios e coloca em...
03/11/25
OTC Brasil 2025
SLB destaca protagonismo e compromisso com a inovação, s...
31/10/25
OTC Brasil 2025
MEQ Energy Hub: Impulsionando o Desenvolvimento Empresar...
31/10/25
OTC Brasil 2025
Foresea é vencedora do 8º Prêmio Melhores Fornecedores P...
31/10/25
OTC Brasil 2025
OTC Brasil 2025 reúne mais de 23 mil pessoas no Rio de J...
31/10/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.