O Brasil precisa investir 6% do Produto Interno Bruto (PIB) em infraestrutura até 2016, principalmente em áreas de logística e petróleo. Além disso, segundo o presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy, para evitar que os portos brasileiros travem todos os investimentos feitos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), será necessário que o setor portuário consiga progredir nos próximos quatro anos o mesmo que avançou ao longo de uma década.
Segundo Godoy, que participou nesta quarta-feira (27) da cerimônia em comemoração aos dez anos do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), os investimentos em infraestrutura dependem de fatores que vão além de meras expectativas. “Saímos de um crescimento de 2,4% em 2003 para 4,2% do PIB, em investimentos em infraestrutura. Mas petróleo e logística nos remetem a um desafio de investir 6% do PIB até 2016”.
Ele reiterou que, ao incrementar a infraestrutura, o país poderá, além de alavancar desenvolvimento econômico, melhorar a competitividade da economia. “O fato concreto é que a soja sai do nosso campo 10% mais competitiva do que a dos Estados Unidos, mas chega 10% mais cara à China”. Isso, segundo ele, mostra que apesar de conseguir “muitos avanços, ainda continuam outros entraves”, citou como exemplo.
Momentos antes de iniciar o discurso, Godoy disse à 'Agência Brasil' que, com o atual sistema portuário, o Brasil poderá ter, no futuro, um gargalo que colocará em risco os objetivos do PAC. “A situação atual [dos portos] é um dos indicativos de que estamos na rabeira do mundo, a exemplo da infraestrutura. Temos agora [a partir da publicação da Medida Provisória 595, que estabelecerá as novas regras para o setor portuário] de aproveitar o momento e fazer em quatro anos o que fizemos nos últimos dez anos”, disse.