Redação/Assessoria
Para 47% dos empresários, a coordenação entre todas as esferas do poder público, além do setor empresarial e da sociedade, é a ação mais importante para enfrentar o coronavírus no Brasil. Esse foi o resultado de pesquisa conduzida pela Amcham Brasil (Câmara Americana de Comércio), com mais de 373 empresários sócios da entidade. Para 41%, é preciso executar com celeridade as medidas já tomadas nas áreas tributária, trabalhista e de acesso a crédito. Outros 12% apontaram como fundamental o aumento de gastos por parte do poder público para abreviar a duração e reduzir a proporção da atual crise de saúde e dos seus desdobramentos sociais e econômicos.
O pedido por mais colaboração é percebido como fundamental para superar as dificuldades decorrentes das medidas de isolamento social e da paralisação das atividades econômicas em vigor atualmente. Para o empresariado, as medidas que mais têm impactado as empresas, segundo a pesquisa da Amcham, são a suspensão de outras atividades consideradas não essenciais, com exceção do comércio (58%), e o fechamento temporário do comércio (57%). Em terceiro lugar, para 32% dos respondentes, as restrições à circulação em rodovias, portos e aeroportos têm afetado substancialmente suas atividades.
Para 45% dos empresários, o terceiro setor pode ser decisivo no enfrentamento da pandemia ao liderar a busca por soluções entre governos, empresas e demais entidades. Nesse sentido, a Amcham Brasil lançou o movimento Soma - uma plataforma online que pretende mobilizar o setor privado para atender as necessidades do setor público para o combate à pandemia no que diz respeito por meio de doação e compras governamentais. Além disso, a plataforma permite a troca de ofertas entre empresários, divulgando oportunidades de produtos ou serviços que facilitem a adaptação à situação atual. O Soma reunirá desde ofertas de consultoria gratuitas de gestão, jurídica e tributária, até ofertas online de ferramentas de gestão. "Percebemos um movimento crescente de solidariedade empresarial. Se nosso mercado de empresas diminuir, todos perdem, da grande indústria até o micro empresário. Acreditamos que o amanhã é um direito e uma responsabilidade de todos. Nesta matemática, tudo importa", lembra a CEO da Amcham Brasil, Deborah Vieitas, que lidera a entidade com 5 mil empresas, que juntas representam 33% do PIB brasileiro e 3 milhões de vidas empregas em 15 cidades brasileiras.
Para conhecer um pouco da nossa nova iniciativa, acesse: http://soma.amcham.com.br/.
PERFIL DE RESPONDENTES
A pesquisa foi realizada entre os dias 08/04 e 19/04 com as empresas associadas à Amcham Brasil através de formulário online. O perfil de respondentes é majoritariamente de diretores (44%) das empresas, seguido por sócios (24%), CEOs (12%), Presidentes (6%), VPs (5%), Superintendentes (5%) e fundadores (3%). A maioria é de empresas de serviços (57%) e indústrias (28%), enquanto 4% representam varejo e 3%, o agronegócio. Em termos de porte, 31% faturam até R$ 19 milhões/ano, 46% até R$ 1bilhão/ano e 23% têm o faturamento superior a R$ 1bilhão/ano. A margem de erro é 5% e a pesquisa tem índice de 95% de confiança.
IMPACTOS DA PANDEMIA
Quando questionados sobre os três maiores impactos que a pandemia trouxe para o negócio, o efeito mais sentido até agora pela maioria dos empresários foi a queda nas vendas, demanda e faturamento das empresas (71%). O impacto na rotina dos funcionários (transporte, disponibilidade etc.) foi citado por 54%, a suspensão total ou parcial de novos investimentos foi uma consequência importante para 47% e o aumento da inadimplência de clientes foi sentido por 46% dos entrevistados. Em relação ao principal desafio empresarial, a resposta preponderante foi a contração da economia e do mercado (38%), seguido pela retomada das atividades econômicas (21%) e pela manutenção da a capacidade produtiva (16%.
Para as empresas que atuam no comércio exterior, as principais dificuldades apontadas nesse momento são a dificuldade logística para importar e exportar (37%). A expectativa de 22% dessas empresas é de queda nas importações na ordem de até 30%. Empresas que representam 18% e esperam uma queda nas exportações de até 30%.
EXPECTATIVAS ECONÔMICAS
Considerando os impactos da pandemia no Brasil, o público apontou qual é a expectativa de faturamento de sua empresa em 2020 frente ao coronavírus. A queda entre 10% e 30% é esperada por 32% da amostra; 21% ainda não conseguem definir os impactos sobre o faturamento da sua empresa e 17% esperam queda entre 30% e 50%. Apenas 6% apontaram a possibilidade de aumento do faturamento neste ano.
O empresariado, no entanto, se mantém positivo sobre uma recuperação econômica: 70% acreditam que o início da recuperação se dará ainda neste ano. 36% acreditam que a retomada acontece no 4º trimestre de 2020, enquanto 34% preveem a partir de julho, no 3º trimestre de 2020. Para 29%, a retomada só começar a partir de 2021.
AÇÕES PARA COMBATER A COVID-19
Quando questionados sobre as principais medidas que suas empresas tomaram visando enfrentar o atual contexto, 80% adotaram home office, 43% criaram comitês de crise e 39% estão trabalhando na redução de custos. Cerca de 19% afirmaram estar em busca de novas soluções de negócio e 17% no processo de antecipar ações de transformação digital.
NETWORKING DIGITAL
Desde de 16 de março, mais de 38 mil executivos buscaram as atividades online da Amcham Brasil ligadas ao enfrentamento da crise causada pela pandemia do coronavírus na saúde e na economia. A necessidade em comum é de encontrar referências e soluções ágeis para a sobrevivência ou adaptação do seu negócio.
Adaptação é a palavra-chave da 'caça digital' dessas empresas. A maioria desses empresários (C-level de empresas de todos os portes e segmentos) buscam conteúdos sobre os impactos legais, financeiros e tributários da pandemia, além de estratégias de gestão ligadas a vendas, liderança de times remotos e redes de filantropia. Todas as atividades são online e algumas com transmissão ao vivo e gratuita via Linkedin.
"Observamos um empresário carente de informação, que troca com pares e aberto a fechar parcerias no mercado. O mercado está isolado socialmente, mas não comercialmente", comenta Deborah Vieitas, CEO da Amcham Brasil. Durante o mês de abril, Vieitas liderou encontros digitais entre empresários e os governadores de Goiás, Ronaldo Caiado (09/04) e Romeu Zema, de Minas Gerais (24/04). Todas essas atividades estão disponíveis na íntegra no http://www.amcham.com.br/connect.
TINDER CORPORATIVO
Além dos encontros digitais de benchmarking, a Amcham vem liderando um movimento de troca empresarial via aplicativo de networking personalizado. No auge da crise, a entidade lançou novas funcionalidade em seu App, com quatro comunidades abertas abordando temas de troca empresarial mais procurados, facilitando a troca de práticas ágeis e inovadoras frente à crise.
Além das comunidades abertas de discussão entre empresários, o aplicativo também sugere, semanalmente, 5 contatos estratégicos personalizados com os interesses de cada empresário, tendo como base o perfil e áreas de interesse comercial do gestor no momento. Se o executivo tem interesse em uma aproximação comercial ou relacionamento com algum tipo de empresa, o APP Amcham sugere cinco 'matchs virtuais' semanais, seguindo a mesma linha de funcionamento que o Tinder (aplicativo famoso mundialmente por cruzar perfis de usuários para encontros românticos). "É um matchmaking virtual e estratégico, construindo interações comerciais, institucionais ou de troca de gestão entre pares ou possíveis parceiros", explica Deborah.
De acordo com ela, a crise alterou profundamente a forma de trabalhar, fazer negócios e até de fazer networking. "A boa notícia é que estamos mais objetivos, digitais e ágeis na construção de relacionamento comercial e empresarial. O empresário brasileiro sairá desta crise tendo feito sua transformação digital avançar muito mais do que o previsto e, tornando seus negócios cada vez mais digitais e ágeis", explica a CEO da Amcham Brasil, entidade multissetorial que representa 33% do PIB brasileiro e 3 milhões de empregos diretos em 5 mil empresas, sendo 80% delas brasileiras.
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