Redação / Assessoria
De acordo com Eduardo Antônio Giansante, o aumento do nível das águas dos reservatórios do Sistema Cantareira é bem-vindo, mas não se pode criar ilusões de que a crise está vencida. Ele ressalta que é possível que tenhamos que conviver com situação durante aproximadamente dois anos, caso não aconteçam chuvas excepcionais.
Mas por que está aumentando o nível do sistema mesmo sem chuvas? O professor explica que a primeira resposta está na inércia do movimento das águas, onde o efeito das chuvas em um rio se estenderia por horas ou até dias.
Conforme o especialista, o segundo fator refere-se à contribuição do solo que é o local com maior potencial de reserva d’água pelos poros que lá existem. “As primeiras chuvas no sistema provavelmente preencheram esses vazios, pois o solo estava muito seco. Passada essa fase de enchimento de poros, a água lá presente começaria a fluir e perenizar os rios, aumentando a vazão superficial disponível para diversos usos”.
Mesmo com a notícia positiva, o especialista alerta para o uso consciente da água. Para ele não é hora de descuidar. “É de suma importância que a população continue a economizar a água” - afirma.
Mesmo sem chuva o nível do Cantareira subiu 0,2 ponto percentual. Segundo o boletim divulgado pela Sabesp, o nível passou de 10,4% para 10,6%, constituindo a 18ª alta consecutiva. Segundo a companhia, quando o Cantareira atingir 10,7%, numericamente o sistema terá recuperado a segunda cota e entrará no primeiro volume morto, que vai até 18,5% do nível total.
Eduardo Antônio Giansante é professor de Engenharia Hidráulica da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
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