Reuters, 08/01/2018
A Opep está monitorando a tensão política no Irã e a crise na Venezuela, mas o cartel só elevará a produção caso ocorram interrupções significativas e consistentes na oferta por parte desses países, disse uma fonte sênior da organização que representa um grande produtor do Oriente Médio.
Os problemas econômicos da Venezuela atingiram a produção de petróleo do país, que está no menor nível em 30 anos, mas a oferta do Irã ainda não foi afetada por uma onda de protestos contra o governo.
Operadores dizem que a tensão política no Irã, terceiro maior produtor da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, tem puxados para cima os preços da commodity.
A Arábia Saudita, líder de fato da Opep, quer o petróleo acima de 60 dólares por barril para impulsionar o valor da petroleira estatal Saudi Aramco antes da programada oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da companhia, prevista para mais tarde neste ano, de modo a diminuir o déficit no orçamento do país, segundo fontes.
“Mesmo se houver interrupção na oferta (do Irã ou Venezuela)... a Opep não elevará a produção”, disse a fonte sênior do cartel.
“A política da Opep é trazer os estoques para níveis normais e seguirá assim, a menos que a interrupção na oferta de algo como 1 milhão de barris por dia persista por mais do que um mês e provoque restrições para os consumidores.”
A fonte também disse que o mercado de petróleo está a caminho de se reequilibras, mas até agora os estoques mundiais de permanecem acima da média de cinco anos e é necessário muito mais tempo para “drenar” o excesso da commodity.
“Qualquer alteração nos limites de produção deve ser guiada por uma mudança nos fundamentos do mercado, e não apenas por especulações de curto prazo”, adicionou a fonte.
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