Dow Jones Newswires, 18/01/2019
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) reduziu sua produção substancialmente em dezembro, mesmo num momento em que seu principal aliado fora do cartel, a Rússia, impulsionou sua produção a níveis inéditos, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE).
Em relatório mensal divulgado nesta sexta-feira, a AIE estimou que a produção da Opep sofreu diminuição de 590 mil barris por dia (bpd) no mês passado, a 32,39 milhões de bpd, o menor patamar desde julho do ano passado. A queda se deve principalmente ao resultado da Arábia Saudita, cuja oferta recuou 420 mil bpd em dezembro, a 10,64 milhões de bpd. Houve cortes na produção também da Líbia e do Irã, cuja indústria petrolífera está sob os efeitos de sanções dos Estados Unidos.
A AIE, entidade com sede em Paris que presta consultoria a governos e empresas sobre tendências do setor de energia, disse que a queda na produção da Opep contribuiu para um declínio na oferta de petróleo global de 950 mil bpd em dezembro, a 100,6 milhões de bpd. O número, contudo, é 2,8 milhões de bpd maior do que de um ano antes, ressaltou a agência.
Em seu próprio relatório mensal, publicado ontem, a Opep estimou que sua produção caiu 751 mil bpd no mês passado.
Os documentos da Opep e da AIE vêm num momento em que o cartel começa a implementar cortes em sua produção neste mês.
No início de dezembro, a Opep e aliados liderados pela Rússia decidiram reduzir sua oferta em 1,2 milhão de bpd durante a primeira metade de 2019, como parte de uma estratégia para conter a produção global excessiva e impulsionar os preços do petróleo. A Opep se responsabilizou por um corte de 800 mil bpd e os aliados, pelos demais 400 mil bpd.
Mas "enquanto a Arábia Saudita está determinada a proteger suas aspirações de preço implementando substanciais cortes na produção, há menos clareza em relação a seu parceiro russo", afirmou a AIE no relatório de hoje.
A produção russa de petróleo bruto e condensado teve expansão de 80 mil bpd em dezembro, alcançando o nível recorde de 11,45 milhões de bpd.
Para a demanda global por petróleo deste ano, a AIE reiterou que continua esperando um acréscimo de 1,3 milhão de bpd.
O documento da AIE também aponta que os estoques comerciais de petróleo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) tiveram redução de 2,5 milhões de barris em novembro, a 2,857 bilhões de barris. Esse nível está 9 milhões de barris acima da média dos últimos cinco anos, que é uma métrica de estabilidade do mercado de petróleo.
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