Abandono da construção do Comperj afeta a população e a economia de Itaboraí (RJ).
Câmara Notícias/RedaçãoEm audiência pública nesta quarta-feira (8), o deputado Otavio Leite (PSDB-RJ) se mostrou preocupado com a situação dos trabalhadores envolvidos nas obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). No auge da construção, havia 35 mil funcionários trabalhando e hoje tem cerca de mil trabalhadores.
O assunto foi discutido na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços da Câmara dos Deputados, com a presença de executivos da Petrobras. Eles discutiram a atual situação do Comperj, localizado no município de Itaboraí (RJ).
O gerente geral do complexo, Valter Shimura, informou que as obras da refinaria Trem 1 estão 86% completas, enquanto que a Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) está com 36%.
Frederico Doher, gerente geral de Implantação de Empreendimentos de Transformação Física do Gás da Petrobras, disse que no segundo semestre do ano passado houve paralisação e abandono das obras pelo Consórcio QGIT, composto por Queiroz Galvão, Iesa Óleo & Gás e Tecna Brasil, responsável pela construção da planta do Comperj, o que levou à rescisão do contrato em março deste ano. Doher atribuiu a paralisação às dificuldades advindas da Operação Lava Jato e ao aumento do dólar.
Sobre a UPGN, Frederico Doher explicou que o contrato com o consórcio, assinado em outubro de 2013, era de aproximadamente R$ 2 bilhões, dos quais a Petrobras já desembolsou o valor de R$ 400 a 500 milhões para continuidade da obra, sendo necessários mais R$ 1,5 bilhão para a finalização.
Refinaria
Em resposta ao questionamento do deputado Otavio Leite a respeito do valor já empregado na obra da refinaria, Valter Shimura informou que, desde o início do projeto em 2004 até o momento, foi realizado um investimento de pouco mais de 14 bilhões de dólares.
O deputado questionou Shimura sobre os valores necessários para a conclusão de Trem 1, que alegou não ter como responder. “No momento oportuno, esses valores vão ser anunciados”, disse o gerente.
Em resposta à indagação de Otavio Leite a respeito do custo anual para preservação do que já foi construído do Comperj, Shimura indicou valores da ordem de R$ 10 a 15 milhões por ano.
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