Internacional

O significado do triunfo da Exxon Mobil sobre a GE

The Economist/Valor
03/03/2005 03:00
Visualizações: 596 (0) (0) (0) (0)

Então a mais recente detentora do título de mais valiosa companhia do mundo é - quem diria - uma empresa petrolífera? Impulsionada por um crescimento explosivo do preço do petróleo e lucratividade recorde, as ações da Exxon Mobil, uma gigante petrolífera americana, dispararam em mais de 40% no ano passado e dobraram desde 2002.
Neste mês, a Exxon Mobil finalmente destronou a General Electric de seu tradicional posto no topo da lista, quando o valor de mercado da Exxon Mobil ultrapassou os US$ 380 bilhões (ontem, a empresa estava cotada acima de US$ 400 bilhões, enquanto a GE valia cerca de US$ 376,3 bilhões).
Em seus tempos áureos, a GE e seu eficiente quadro de executivos eram símbolo de tudo o que os americanos mais admiravam sobre sua classe gerencial. O breve interregno em que a Microsoft (US$ 274,8 bilhões) manteve-se à frente das empresas mais valiosas foi uma vitrine da veia inovadora e empreendedora do capitalismo americano. O que a Exxon Mobil faz para ganhar a vida é cavar enormes buracos no chão. Que espécie de ícone é esse?
A última vez em que as maiores empresas do setor petrolífero do mundo estiveram no topo foi na década de 70, quando a alta do petróleo não apenas incrementou substancialmente o valor do setor inteiro como, ao provocar uma disparada na inflação, arrasou a sorte de quase todos os outros setores. Em 1980, as petrolíferas constituíam quase 25% do valor de todas as companhias negociadas em bolsa nos EUA. Então, veio um longo período de relativo declínio, quando os bancos centrais domaram a inflação e o preço do petróleo caiu.
O que é notável sobre a recente retomada dos bons tempos para as grandes petrolíferas é a aparente ausência de pressões inflacionárias mais generalizadas (exceto nos preços de ativos). Sob essas condições, outros tipos de empresas também continuaram extremamente valiosas. Isso torna o feito da Exxon Mobil ainda mais notável.
Igualmente notável tem sido a capacidade de resistência do setor, apesar do incômodo questionamento sobre a maneira como contabiliza suas reservas, isto é, o petróleo e gás que as empresas afirmam ter descoberto e juram ser passível de exploração futura. Um escândalo contábil na Royal Dutch/Shell no ano passado obrigou a gigante petrolífera anglo-holandesa a reduzir em um terço as reservas "comprovadas" que informa a seus acionistas.
No entanto, desde março passado, as ações das duas controladoras da Shell - a Royal Dutch Petroleum e a Shell Transport & Trading - valorizaram 30%. Um estudo divulgado nesta semana pela Cambridge Energy Research Associates, uma respeitada firma de consultoria, oferece uma pista sobre esse estado de coisas aparentemente estranho: o estudo qualifica as regras contábeis impostas pela Comissão de Valores Mobiliários americana (SEC), vigentes há 27 anos (que o setor é acusado de driblar), de arcaicas e "excessivamente conservadoras".
Na década de 70, as gigantes do petróleo torraram suas fortunas em caríssimos programas de prospecção e exploração - e em aquisições no mínimo estranhas: em 1976, a Mobil comprou a Montgomery Ward, uma varejista que opera pelos correios. Hoje, felizmente, diversificar está fora de moda. Os planos de investimentos continuam surpreendentemente contidos.
O resultado é que as companhias petrolíferas estão entregando enormes pilhas de dinheiro a seus acionistas. Se isso não as elevam exatamente ao status de ícones capitalistas, pelo menos ressalta o fato de que sobriedade gerencial pode, às vezes, ser uma estratégia mais ousada e criadora de valor do que ambição desmedida.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Royalties
Royalties: valores referentes à produção de maio para co...
24/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Sergipe reforça protagonismo nacional no setor energétic...
24/07/25
Etanol de milho
Participação do etanol de milho cresce e ganha protagoni...
24/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Avanço do Sergipe Águas Profundas e descomissionamento d...
24/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Potencial de Sergipe na produção de óleo e gás é destaqu...
23/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Sergas tem participação no Sergipe Oil & Gas 2025 com fo...
23/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Quarta edição do Sergipe Oil & Gas destaca Sergipe no me...
23/07/25
PD&I
ANP realiza workshop sobre Fundo de Investimento em Part...
23/07/25
Bacia de Campos
ANP aprova acordo de individualização da produção do pré...
23/07/25
Fenasucro
Fenasucro & Agrocana impulsiona economia regional e gera...
23/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Eneva celebra 5 anos do Hub Sergipe durante o Sergipe Oi...
23/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Sebrae e rede Petrogas levam soluções e serviços de pequ...
22/07/25
Resultado
Compagas registra resultados históricos e acelera expans...
21/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Governo do Estado apoia 4ª edição de Sergipe Oil & Gas e...
21/07/25
Gás Natural
Sergipe lidera debate nacional sobre redes estruturantes...
21/07/25
Fenasucro
Brasil ocupa posição de destaque mundial na cogeração re...
21/07/25
Resultado
Revap alcança recordes históricos no 1º semestre com die...
21/07/25
Combustíveis
Etanol registra nova queda, segundo Cepea/Esalq
21/07/25
RenovaBio
Primeira lista de distribuidores de combustíveis inadimp...
19/07/25
Energia Solar
Transpetro inaugura usina solar para abastecer o Termina...
17/07/25
Internacional
IBP participa do World Oil Outlook da OPEP com análise s...
17/07/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

22