Gás natural

“O mercado de gás no Brasil é muito promissor”

A Tarde On Line, 26/11/2019
26/11/2019 13:12
Visualizações: 609

O economista Maílson da Nóbrega, que já foi ministro da Fazenda entre 1988 e 1990, participa amanhã, em Salvador, do painel “A Nova Economia do Gás Natural”, como parte da programação do Simpósio Regulação e Competitividade no Novo Mercado de Gás, a ser realizado no Wish Hotel da Bahia. O ex-ministro, atualmente à frente de uma empresa de consultoria, profere palestra sobre os principais aspectos da expansão do sistema de distribuição e os impactos na economia no País. O evento é promovido pelo Grupo A TARDE de Comunicação e pela Comissão Especial de Energia da seção baiana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-BA). Nessa entrevista exclusiva, Maílson da Nóbrega antecipa alguns pontos que serão tratados no evento.

Diante da recente frustração com o megaleilão do pré-sal, que cenários a curto prazo podem ser traçados para o setor de petróleo e gás no Brasil?

Depende muito de como o governo reagirá e como definirá, se for o caso, as regras dos próximos leilões. Há duas hipóteses. A primeira partiria do diagnóstico de que o fracasso teria decorrido do elevado valor estabelecido para o bônus de assinatura. A primeira adotaria o entendimento de que a preferência de que goza a Petrobras teria desestimulado a participação de empresas estrangeiras no leilão. Meu prognóstico é o de que o governo pode seguir a primeira hipótese. Sendo o caso, os leilões teriam prosseguimento nos próximos meses. A segunda hipótese é mais complexa, pois exige alteração da lei que criou o regime de partilha.

Publicidade

Como estados, como a Bahia – que perderam, com o advento do pré-sal, importância estratégica para a Petrobras –, podem agora buscar alternativas para a retomada de investimentos do setor? A exploração de campos maduros por pequenos produtores independentes teriam esse potencial de redinamizar regionalmente o setor?

A exploração de campos maduros por pequenos produtores poderia, sim, redinamizar regionalmente o setor. A Petrobras não tem, aparentemente, interesse em explorar campos que produzem 100 a 200 barris por dia. Seja como for, isso vai depender das condições de mercado. Se os preços do petróleo se mantiverem no patamar de US$ 62,00 por barril, tudo indica que haverá empresas interessadas na exploração desses campos.

Em relação, especificamente, ao segmento de gás natural, o governo lançou este ano a resolução do Novo Mercado de Gás. O que o senhor destaca como pontos positivos e o que, por outro lado, ainda poderia ser considerado incipiente?

Creio que o ponto mais positivo é o de buscar a implantação de um mercado livre. Isso pressupõe a eliminação do poder de monopólio que a Petrobras detém no mercado de gás. O acordo do Cade [Conselho Administrativo de Defesa Econômica, uma autarquia federal brasileira, vinculada ao Ministério da Justiça] com a Petrobras, que permitirá a saída da empresa do mercado de transporte e distribuição, é um passo na direção correta.

Neste cenário também muito influenciado pelas instabilidades do mercado internacional, ainda assim se pode dizer que é um terreno fértil para investimentos por parte das distribuidoras/concessionárias de gás natural?

Creio que sim. Muito vai depender da harmonização das regras estabelecidas pelos estados, estabelecendo-se a concessão por incentivos (price cap), em substituição à que prevê o repasse dos custos aos consumidores (cost plus), que se revelou pouco adequada para estimular a expansão da rede de distribuição.

Que modelos mundialmente o senhor considera como referência na expansão do uso do gás natural? Estamos muito aquém deles?

Cada país tem suas características. No Brasil, o mercado de gás ainda é incipiente. Nos países ricos, os investimentos estão em grande parte amortizados. Aqui, por exemplo, a participação do consumo de gás encanado ainda é de apenas 3% do total. Ainda há muito a evoluir, mas é possível dizer que o mercado de gás brasileiro é muito promissor, sendo amplas as possibilidades de sua expansão para consumo residencial, veicular, industrial e energético.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
OTC Brasil 2025
Petrobras participa da OTC Brasil 2025, no Rio de Janeiro
27/10/25
OTC Brasil 2025
Infotec Brasil chega à OTC Brasil 2025 com foco em gente...
27/10/25
OTC Brasil 2025
Evento reúne lideranças globais da indústria offshore e ...
27/10/25
Brandend Content
OTC Brasil 2025: o ponto de encontro global da indústria...
27/10/25
Brandend Content
Intercabos® celebra 25 anos de excelência e inovação no ...
27/10/25
Etanol
Anidro sobe 1,07%, e hidratado avança 0,59%
27/10/25
OTC Brasil 2025
WPower Meeting celebra mais uma edição repleta de charme...
27/10/25
OTC Brasil 2025
Evento exclusivo reúne grandes empresas, startups e líde...
24/10/25
OTC Brasil 2025
PRIO compartilha estratégias de negócio para campos madu...
24/10/25
OTC Brasil 2025
BRAVA Energia marca presença na OTC Brasil 2025, com des...
24/10/25
OTC Brasil 2025
OTC Brasil 2025 abre com foco em transição energética, i...
24/10/25
Pessoas
Luiz Carvalho é o novo CFO da Brava Energia
24/10/25
Oferta Permanente
Petrobras informa sobre resultado de leilão da ANP
24/10/25
Firjan
No horizonte 2035+, potencial energético do estado do Ri...
23/10/25
Pré-Sal
PPSA irá leiloar, em dezembro, primeira produção de petr...
23/10/25
OTC Brasil 2025
SLB Brasil marca presença na OTC 2025 com foco em inovaç...
23/10/25
Recursos Humanos
ANP publica novas informações sobre seu Programa de Form...
23/10/25
Leilão
Petrobras vence leilão e arrenda terminal RDJ07 no Porto...
23/10/25
Financiamento
Banco do Nordeste investirá R$ 360 milhões para reforçar...
23/10/25
Oferta Permanente
Equinor arremata dois novos blocos na Bacia de Campos du...
23/10/25
Oferta Permanente
Firjan comemora resultado do Leilão de Partilha da ANP, ...
23/10/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.