Mercado

Nova Lei do Gás tem foco no transporte

Jornal do Commercio - RS
15/06/2009 07:03
Visualizações: 416 (0) (0) (0) (0)

O Ministério de Minas e Energia já iniciou o debate entre os agentes do mercado de gás natural para discutir a minuta do decreto regulamentador da lei nº 11.909/09, que estabelece o marco regulatório do setor. O texto institui as normas para atividades como transporte, importação e exportação, comercialização, regaseificação, entre outros. O documento, porém, não trata da questão do contingenciamento do gás, o que deve ser objeto de uma regulamentação elaborada à parte pelo governo federal. As primeiras reuniões entre o ministério e as entidades sobre o decreto foram realizadas nas últimas semanas.

 


Grande parte do texto se dedica a regulamentar a atividade de transporte de gás, ponto polêmico nas discussões que antecederam a elaboração da lei. A proposta do ministério para a expansão da malha de gasodutos é bastante semelhante ao modelo empregado no setor de transmissão de energia elétrica. Com o novo marco regulatório, a infraestrutura de transporte do insumo será objeto de licitações públicas sob o regime de concessão, no qual o governo federal estabelece as condições de remuneração, de acesso aos dutos e os critérios de renovação dos contratos ou de indenização dos atuais concessionários, caso não haja a prorrogação.

 

Segundo consta da minuta, o ministério definirá os gasodutos que serão construídos ou ampliados no País. O processo de licitação ficará a cargo da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que irá elaborar os editais, os contratos de concessão e promoverá os leilões. A exemplo do setor de transmissão de energia elétrica, o vencedor da licitação será a empresa que apresentar a menor receita anual para a prestação do serviço de transporte do gás. O concessionário que se tornará o operador do gasoduto é denominado de transportador.

 

Antes de qualquer leilão, a ANP promoverá uma chamada pública para identificar os potencias “carregadores” para os gasodutos. Os carregadores são os agentes que usarão o serviço de movimentação do gás pelos dutos, mediante a contratação da capacidade de transporte e a remuneração ao transportador. O objetivo da chamada pública é dimensionar a real demanda do mercado pela capacidade de transporte ofertada pelas novas infraestruturas. Os carregadores interessados assinarão um termo de compromisso com a ANP, e esse documento será anexado ao edital da licitação, comprovando a viabilidade dos novos projetos.

 

Hoje, as figuras do carregador e do transportador já existem no setor de gás do Brasil. Porém, essa separação não é tão evidente porque a Petrobras detém quase 100% dos gasodutos. Pelo modelo proposto no decreto, a infraestrutura será operada pelos transportadores. Já os carregadores serão responsáveis pela compra da capacidade disponível nos dutos, intermediando a relação entre os produtores de gás e os consumidores. A minuta do decreto, porém, não impede que a mesma empresa exerça as duas atividades.

 

Custo de produção é desafio para a geração eólica

 

No momento em que o Brasil enfrenta entraves para a construção de novas usinas hidrelétricas, a energia eólica surge como uma importante opção complementar ao abastecimento. Se num primeiro momento pode parecer mais cara, no longo prazo, ela tende a ser mais competitiva do que a usina térmica a óleo, que tem custo elevado e é altamente poluente. Esta é a opinião do presidente mundial da Alstom Hydro, Philippe Cochet. Com projetos em carteira que somam 45 bilhões de euros, a Alstom é uma das maiores fabricantes do mundo de materiais e equipamentos para geração de energia. No Brasil cerca de 50% de toda geração de energia têm equipamentos fabricados pela Alstom. Para Cochet, o Brasil precisa desenvolver o grande potencial de eólica que possui. “É importante o País ter uma matriz energética diversificada, com fontes complementares à hídrica. E a melhor energia complementar é a eólica, mais limpa e no longo prazo tende a ficar cada vez mais barata”, destacou Cochet.

 

A Alstom - que fabrica equipamentos para todos os tipos de geração elétrica, com exceção de térmicas a óleo - está disposta a investir pesado na energia eólica no Brasil. A companhia já montou um departamento que vai desenvolver projetos eólicos e oferecer pacotes prontos para os investidores. Em troca, a empresa fornecerá equipamentos. O executivo explicou que atualmente o custo da tarifa de uma eólica ainda é um pouco elevado, cerca de R$ 200,00 o megawatt (MW), contra cerca de R$ 140,00 o MW de uma térmica a óleo. No entanto, segundo Cochet, de um lado a tecnologia está avançando rápido e reduzindo custos dos equipamentos. A Alstom está investindo pesado em desenvolvimento tecnológico. Além disso, segundo o executivo, as térmicas a óleo tendem a ter custo mais elevado durante o seu funcionamento porque usa combustíveis derivados do petróleo. Em alguns casos, o custo de operação de uma usina a óleo chega a R$ 400,00 o MW. “Ou seja, a energia eólica é uma fonte complementar à hidrelétrica melhor do que a energia de térmicas a óleo”, afirmou o executivo.

 

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, anunciou que o governo federal vai realizar em novembro o primeiro leilão de energia eólica do País. Tolmasquim disse que ainda está sendo preparado o edital do leilão que fixará regras, tarifas e volumes de energia. Ele destacou que o objetivo principal é justamente conhecer melhor o mercado potencial brasileiro e dar início a diversos projetos. Para ele, o potencial gerador com energia eólica no Brasil deve ser bem maior do que os 143 mil megawatts (MW) atuais. “Minha expectativa é de que teremos muitas empresas inscritas para o leilão, e que a oferta será grande. O leilão terá a vantagem de revelar o verdadeiro preço da eólica no Brasil”, avaliou.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Combustíveis
ANP vai rever atividade de formulação de gasolina e óleo...
28/07/25
GNV
Naturgy anuncia redução de tarifas de gás natural em agosto
28/07/25
Gás Natural
Petrobras atualiza preços do gás natural para distribuidoras
28/07/25
ANP
Inscrições para o Prêmio ANP de Inovação Tecnológica 202...
28/07/25
Drilling
Foresea se consolida na liderança do setor de perfuração...
28/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Sergipe Oil & Gas encerra quarta edição com anúncios da ...
28/07/25
Aviação
Firjan projeta volume dos combustíveis sustentáveis de a...
28/07/25
Combustíveis
Etanol registra variação mista entre os dias 21 e 25 de ...
28/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Sergipe Oil & Gas 2025 destaca competitividade do gás na...
25/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Márcio Félix, presidente da ABPIP, enxerga futuro promis...
25/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Sergas destaca avanços e interiorização do gás natural d...
25/07/25
Oferta Permanente
ANP aprova estudos do Projeto Calcita e pode dar origem ...
25/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Mercado de gás natural é destaque no segundo dia do Serg...
25/07/25
PPSA
União passa a contar com participação de 1,89% na Jazida...
24/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Inovaren marca presença na SOGE – Sergipe Oil & Gas 2025
24/07/25
Pessoas
Nova interina assumirá em 25/7 Diretoria 4 da ANP
24/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Sebrae participa da abertura do Sergipe Oil&Gas 2025
24/07/25
Royalties
Royalties: valores referentes à produção de maio para co...
24/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Sergipe reforça protagonismo nacional no setor energétic...
24/07/25
Etanol de milho
Participação do etanol de milho cresce e ganha protagoni...
24/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Avanço do Sergipe Águas Profundas e descomissionamento d...
24/07/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

22