Energia Eólica

No Nordeste o bom desempenho de eólicas compensa seca e reduz preço spot da energia

Reuters - 09/06/2016
09/06/2016 17:48
Visualizações: 896 (0) (0) (0) (0)

O bom desempenho das usinas eólicas construídas no Brasil nos últimos anos tem surpreendido e ampliado a oferta de energia do Nordeste mesmo em um momento de forte seca, o que gerou reflexos nos preços da energia no mercado spot.

Uma visão mais otimista sobre a geração das eólicas esteve por trás de uma queda de mais de 60 por cento no preço spot da eletricidade no Nordeste em maio ante abril, ainda que as chuvas nas áreas das hidrelétricas --principal fonte de geração elétrica em capacidade-- estejam em torno de apenas 30 por cento da média histórica, afirmaram especialistas à Reuters.

Isso porque o cálculo dos preços spot passou a prever a geração futura das eólicas com base no desempenho dessas usinas entre 2011 e 2015, ante o período 2010-2014 utilizado anteriormente, o que incluiu novas e mais eficientes usinas na projeção.

"Todo mês de maio há uma atualização de performance, para estimar a geração futura dessas usinas... essa alteração teve impacto porque ao longo de 2015 houve uma expansão considerável da geração eólica e a performance dessas novas usinas tem sido muito boa", afirmou à Reuters o gerente de Preços da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), Rodrigo Sacchi.

Os preços spot do Nordeste estão atualmente em cerca de 115 reais por megawatt-hora, patamar para o qual caíram em maio após passarem os primeiros meses do ano em valores bem mais altos que os praticados nas demais regiões do país, com pico de 358 reais por megawatt-hora em janeiro. No Sudeste, os preços spot estão em cerca de 61 reais por megawatt-hora.

A geração das eólicas entre 2010 e 2014 representou 36,8 por cento da capacidade instalada das usinas, contra 41,4 por cento no período 2011-2015, o que indica uma melhora no aproveitamento do potencial dos ventos para energia.

As primeiras usinas eólicas construídas no Brasil foram viabilizadas por um programa de incentivo do governo, o Proinfa, enquanto a partir de 2009 esses empreendimentos passaram a competir em leilões de energia federais.

MELHOR DO MUNDO

As novas usinas com energia vendida via leilões, que começaram a entrar em operação após 2012, têm se mostrado bem mais eficientes, o que gera expectativa de nova pressão baixista sobre os preços spot do Nordeste nas revisões de desempenho dos próximos anos, conforme elas passam a fazer parte da base de cálculo.

A presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Elbia Gannoum, afirmou que os leilões forçaram ganhos de eficiência devido à competição entre os investidores para implantar os parques.

"O fator de capacidade dessas novas usinas é superior a 40 por cento, enquanto na média as usinas do Proinfa estão em 32 por cento... o leilão faz com que ganhem as usinas mais eficientes, faz com que os parques sejam construídos na região com o melhor vento", disse.

Segundo Elbia, a produtividade das eólicas no Brasil surpreendeu a própria indústria e hoje chama a atenção internacionalmente.

"O vento brasileiro, segundo os fabricantes, é o melhor do mundo para a geração eólica... é surpreendente para qualquer um lá fora se você fala sobre isso, é de fato uma coisa fora da curva."

Neste ano, segundo a Abeeólica, a produtividade das eólicas foi inferior ao registrado em 2015 em janeiro, mas houve melhoria em fevereiro e março, até onde vão os dados do acompanhamento feito pela entidade.

"Está próximo do ano passado, mas os melhores ventos realmente começam agora, a partir de julho, agosto, o nosso pico de geração", disse Elbia.

As usinas eólicas representam atualmente cerca de 9 gigawatts em capacidade, ou 6 por cento da matriz elétrica do Brasil. Os parques contratados pelo Proinfa, antes de os leilões de energia passarem a incluir a fonte, representam 965 megawatts, segundo a CCEE.

A Abeeólica estima que as eólicas praticamente dobrarão a capacidade instalada até 2019, para 18,8 megawatts.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Energia Elétrica
Com bandeira vermelha em vigor desde junho, energia reno...
02/07/25
Amazonas
Super Terminais e Governo do Amazonas anunciam primeira ...
02/07/25
Transição Energética
CCEE reforça protagonismo na transição energética durant...
02/07/25
Biodiesel
Indústria doa equipamentos para fortalecer fiscalização ...
02/07/25
Macaé Energy
Licença Prévia do projeto Raia é celebrada na abertura d...
02/07/25
Hidrelétricas
GE Vernova garante pedido de Operação & Manutenção nas u...
01/07/25
Energia Solar
GoodWe e Fotus miram liderança em mercado bilionário no ...
01/07/25
Oportunidade
Auren Energia abre inscrições para Programa de Estágio 2025
01/07/25
Etanol de milho
Reconhecimento internacional do etanol de milho para pro...
01/07/25
Resultado
Maio registra recorde nas produções de petróleo e de gás...
01/07/25
Sustentabilidade
Binatural conquista certificação internacional em susten...
01/07/25
Firjan
Produção de petróleo na porção fluminense da Bacia de Ca...
01/07/25
ANP
Divulgado o resultado final do PRH-ANP 2025
01/07/25
Evento
Maior congresso técnico de bioenergia do mundo reúne 1,6...
01/07/25
Energia Eólica
Nova MP não será suficiente para conter impactos pervers...
30/06/25
Combustíveis
Gasolina cai só 0,78% em junho, mesmo após reajuste de 5...
30/06/25
Evento
Brasil avança na transição energética com E30 e B15 e re...
30/06/25
Fiscalização
ANP divulga resultados de ações de fiscalização em 12 un...
30/06/25
Pessoas
Patricia Pradal é a nova presidente da Chevron América d...
30/06/25
IBP
Manifesto em Defesa do Fortalecimento da ANP
30/06/25
Resultado
ANP divulga dados consolidados do setor regulado em 2024
30/06/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.