Empresas

Nexans Ficap avalia expansão de olho em pré-sal e energia

Valor Econômico
04/10/2010 13:28
Visualizações: 415 (0) (0) (0) (0)
Com a expectativa de que sejam registrados, nos próximos dois ou três anos, picos de demanda por cabos nas áreas de transmissão de energia, transportes e de óleo e gás, a francesa Nexans avalia a expansão de suas fábricas no país. Para os negócios no Brasil, sob o nome Nexans Ficap - herança da aquisição de todas as operações do grupo chileno Madeco pela multinacional em 2008 -, a companhia prevê crescimento de 10% neste ano, ante faturamento de US$ 380 milhões em 2009, e aposta em forte expansão até 2014, na esteira de grandes projetos de infraestrutura, da exploração do petróleo do pré-sal, de investimentos industriais e da ascensão de novos mercados, como o de energia eólica.


De acordo com o vice-presidente comercial e de marketing da Nexans para América do Sul, Chaim Tencer, a multinacional ainda tem capacidade instalada no país para suportar o crescimento esperado para 2010. Contudo, caso o ritmo de expansão seja mantido no próximo ano, as três fábricas em operação no país - na cidade do Rio de Janeiro e em Lorena e Americana, ambas em São Paulo - se aproximarão do limite. "Se as previsões se confirmarem, vamos chegar à plena capacidade. Antes disso, haverá necessidade de investimento".


Neste momento, afirma Tencer, grande parte da operação está dedicada à construção de cabos para as linhas de transmissão de energia, com destaque para as das usinas do rio Madeira. Na primeira fase, dos 2.375 km em linhas colocados em concorrência, a Nexans Ficap garantiu o fornecimento de 30% dos cabos - já no projeto de interligação das subestações com as usinas, serão 1.822 km, dos quais 70% dos cabos com a marca da multinacional. "Esse é um segmento muito importante, que deve alcançar participação de 35% na receita em 2011", conta.


A forte aposta nesse nicho, conforme Tencer, está sustentada em estimativas do governo federal que apontam ampliação de 38% na malha nacional de transmissão de energia, que em 2009 estava em 95,6 mil km. "Esses números se referem a linhas, que podem ter mais de um cabo. Assim, o potencial de crescimento é ainda maior", explica. A Nexans estima responder por 35% desse mercado, o que lhe garantiria o título de líder, concorrendo com grandes empresas como CBA, Phelps Dodge e Alubar.


A área de óleo e gás também deve manter trajetória ascendente na composição das receitas da Nexans Ficap, que fabrica no Rio de Janeiro cabos especiais para navios e plataformas. "Com o pré-sal, teremos picos de consumo entre 2012 e 2013 e poderemos ampliar a unidade. Estamos aguardando o desenrolar do programa."


Mundialmente, os diferentes mercados são atendidos pela Nexans conforme a competitividade de suas fábricas e questões aduaneiras - assim, cada região assume uma vocação fabril. "Buscamos intercambiar produtos entre as fábricas e o país se torna preferencialmente o produtor de um item conforme a escala da unidade e facilidades de exportação", explica.


Pesa ainda a presença de profissionais qualificados, fato que recentemente reforçou o papel do Brasil para os negócios do grupo. Uma equipe brasileira acaba de desenvolver um cabo de transmissão de energia, o qual entrará em fase de testes em janeiro e poderá ser exportado para todo o mundo. Conforme Tencer, o novo produto promete dobrar a capacidade de transmissão, com custo 30% menor do que a alternativa existente no mercado. Feito de alumínio, o cabo permitiria ainda elevar a potência no país. Uma instalação piloto será feita para a Light (no Rio) em janeiro. "Temos aqui um grupo de excelência para o desenvolvimento mundial de produtos de transmissão, propiciado também porque mercado local é pujante".


Contudo, outro segmento na área de energia vem despertando o interesse da multinacional, o de parques eólicos. Trata-se de uma tecnologia ainda não produzida pela Nexans no país e será importada da França. "Essa é a grande vantagem de se pertencer a uma companhia global e que, para a Ficap, representou importante ampliação de portfólio", afirma.


A Ficap pertencia ao grupo Madeco, adquirido há dois anos pela francesa por US$ 825 milhões, e o nome foi mantido por conta da força que tem no mercado brasileiro. Antes disso, a multinacional havia comprado a Alcatel Cabos, o que resultou no ingresso no Brasil há 10 anos, e a Furukawa Cabos de Energia, em 2003.


A Nexans, que faturou € 5 bilhões em 2009, tem oito fábricas na América do Sul - além das três no Brasil, tem duas unidades na Argentina, uma no Chile, uma no Peru e outra na Colômbia. Na Bolívia, Equador, Venezuela, Paraguai e Uruguai, possui escritórios comerciais. "Neste momento, as exportações a partir do Brasil respondem por 5% a 7% do faturamento e não há interesse em ampliar muito, também porque o câmbio também não estimula". Em 2009, a receita na América do Sul somou US$ 830 milhões. Além de cabos de alumínio, cobre e aço (umbilicais), produz fios esmaltados, cabos telefônicos e de rede.
Mais Lidas De Hoje
veja Também
Energia Solar
Thopen capta R$ 293 milhões com XP e Kinea e acelera exp...
10/07/25
Exportação
Firjan manifesta grande preocupação com o anúncio de tar...
10/07/25
Debate
IBP debate direitos humanos na cadeia de suprimentos de ...
09/07/25
Macaé Energy
Com mais de dois mil participantes, 2ª edição do Macaé E...
09/07/25
Combustíveis
Vibra amplia presença da gasolina Petrobras Podium e ava...
09/07/25
Biocombustíveis
Brasil: protagonista da transição do transporte internac...
08/07/25
Evento
Nova Era Connections 2025 celebra os 20 anos da Nova Era...
08/07/25
Sustentabilidade
Foresea conquista Selo Social e apresenta resultados exp...
08/07/25
Meio Ambiente
Tecnologia da Unicamp viabiliza produção sustentável de ...
08/07/25
Premiação
Gasmar conquista prêmio nacional com projeto desenvolvid...
08/07/25
Pré-Sal
FPSO Guanabara MV31 lidera produção nacional de petróleo...
08/07/25
Gás Natural
Petrobras vai escoar mais gás do pré-sal para baixar pre...
07/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Petrobras aposta no Sergipe Oil & Gas e será a patrocina...
07/07/25
Indústria Naval
Estaleiros brasileiros e chineses assinam documento para...
07/07/25
Etanol
Anidro sobe 0,11% e hidratado recua 0,17% na semana
07/07/25
Porto de Santos
Ageo Terminais conclui captação de R$ 154 milhões em deb...
07/07/25
Logística
Durante o Macaé Energy, Líder Aviação destaca experiênci...
07/07/25
Gás Natural
SCGÁS divulga novos projetos aprovados por meio de leis ...
04/07/25
Rio Grande do Sul
Sulgás defende mobilização de deputados gaúchos para ass...
04/07/25
Biodiesel
ANP recebe doação de equipamentos para detectar teor de ...
04/07/25
Meio Ambiente
Biometano emite até 2,5 vezes menos CO₂ do que eletricid...
04/07/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.