Lobão

Necessidade de energia eólica ainda é pequena

Diário do Nordeste - CE
02/04/2009 07:16
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Ao falar ontem, para um auditório de empresários espanhóis e brasileiros, todos interessados em produzir energia eólica ou em vender equipamentos para a sua geração, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, não poderia ser mais objetivo: ´Não necessitamos, neste momento, de grande capacidade de energia eólica´. E imediatamente explicou: ´Ela não é barata´. Diante do silêncio que se fez, Lobão disse: ´Necessitaremos dela no futuro e nossa presença aqui é a prova de que estamos antecipando o futuro´.

 


Na companhia do ministro da Indústria da Espanha, D. Miguel Sebastián, Edison Lobão conheceu as instalações do Centro Nacional de Energias Renováveis (Cener) e visitou o Laboratório de Ensaios de Aerogeradores, onde ficou impressionado com as dimensões da nova geração de pás desses aerogeradores, os quais alcançam até 60 metros de comprimento. Essas pás já estão sendo fabricadas com fibra de carbono, o mesmo material leve e de extraordinária resistência com que a Nasa constrói seus foguetes e com que a Airbus fabrica seu novo avião de dois andares e até 80 passageiros.

 

Antes, na cerimônia de boas vindas, o ministro Edson Lobão fez um discurso de cinco minutos, no qual reafirmou o compromisso do Governo brasileiro com a geração de energia limpa, ´porque este é o interesse e o dever da humanidade´. Ele deu ênfase às suas palavras ao informar que 85% da energia do Brasil são oriundos de fonte hídrica, ´mas, neste exato momento em que lhes falo, estamos consumindo 92% de energia gerada pelas nossas hidrelétricas e somente 8% de outras fontes como o gás, a biomassa, a nuclear e a eólica´.

 

Mais enfático ainda, Edison Lobão revelou que o Brasil ´é madrugador na produção de etanol, e posso dizer aqui que consumimos hoje mais etanol do que gasolina´. Disse que estão sendo feitas nos trens brasileiros experiências de mistura de até 20% de biodiesel ao óleo diesel, e com bons resultados. ´Estamos cumprindo nossa parte no esforço global de colaborar com a humanidade que quer um mundo mais limpo´.

 

Depois de emitir sua opinião sobre a pouca ou quase nenhuma necessidade que o Brasil tem agora pela energia eólica, o ministro elogiou os técnicos e pesquisadores espanhóis que atuam na geração de energias renováveis: ´Os senhores são vanguardistas´, afirmou, lembrando que o Cener tem convênio com a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, onde ambas desenvolvem trabalho em conjunto.

 

R$ 1,4 MILHÃO

 

Governo investe para reavaliar potencial de vento do Estado

 

Recursos de R$ 1,4 milhão serão investidos pelo Governo do Estado para reavaliar o potencial eólico do Ceará. O último estudo data de nove anos atrás, mas foi realizado com medidores que tinham até 50 metros de altura. ´Hoje, as torres onde funcionam os aerogeradores que captam os ventos para a produção da energia, são superiores a 100 metros, daí a necessidade de sabermos as nossas reais potencialidades nessa altura´, explica o coordenador de Energia e Comunicações da Seinfra (Secretaria de Infra-Estrutura), Renato Rolim.

 

Três empresas estão com propostas de habilitação analisadas pela Comissão Central de Concorrências para a realização desta nova medição: Bionergy, Brasel e Rack Engenharia. O resultado deverá ser divulgado ainda este mês. O estudo, que inclui a instalação de cinco Plataformas de Coleta de Dados (PCD) — torres de 100 metros de altura — deverá ficar pronto em 18 meses a partir da autorização do início dos trabalhos. Para os novos estudos deverão ser implantadas cinco PCSs espalhadas pelas regiões do Cariri, Ibiapaba e Litoral.

 

O atual Atlas Eólico do Estado apontou um potencial eólico viável no Ceará de mais de 25 mil megawatts (MW) on-shore (em terra), podendo chegar a 35,5 mil MW pelo aproveitamento da plataforma continental (off-shore).

 

GERAÇÃO NUCLEAR

 

CE com pouca chance de ter usina

 

Apesar de possuir a maior mina de urânio do País, o Ceará muito dificilmente sediará uma das quatro novas usinas nucleares programadas pela Empresa de Planejamento Energético (EPE) para os próximos 15 anos. Como o processo de resfriamento de uma usina nuclear consome muita água, é provável que um dos estados da Bacia do Rio São Francisco ganhe a que será construída no Nordeste. Estão na disputa por esse equipamento os governos da Bahia, de Sergipe e de Alagoas, além do Ceará, que está fora da bacia sanfranciscana.

 

O presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, disse ontem ao Diário do Nordeste, durante visita do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão ao Centro Nacional de Energias Renováveis da Espanha, que tem conhecimento dessa disputa, mas adiantou que não há, por enquanto, nem haverá no curto prazo, decisão de sua empresa ou do Governo a respeito.

 

Tolmasquim revelou que, além das quatro novas usinas, o Governo construirá a usina Angra III, na cidade de Angra dos Reis, ao lado das já existentes Angra I e Angra II.

 

O presidente da ETE também informou que, embora detendo, juntamente com os Estados Unidos e a Rússia, a tecnologia do enriquecimento de urânio, o Brasil não possui uma usina para enriquecer sua própria matéria-prima. O urânio usado pelas usinas de Angra I e Angra II é importado, entretanto até o fim de 2010 será construída - ´em local ainda não definido, mas provavelmente no Sudeste´ — uma usina de enriquecimento.

 

EGÍDIO SERPA

 

Os usineiros temem que uma queda no preço da gasolina possa tornar o combustível fóssil mais competitivo em relação ao do álcool em alguns mercados, reduzindo a demanda.

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