Mão-de-obra

Naval e petrolífera enfrentam gargalos

<P>O setor de petróleo e gás não dispõe da mão-de-obra necessária ao seu desenvolvimento e a indústria naval carece de investimentos. De acordo com o novo diretor presidente da Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi), Carlos Mauricio de Paula Barros, estes são os principais ...

Jornal do Commercio
16/06/2008 00:00
Visualizações: 607 (0) (0) (0) (0)

O setor de petróleo e gás não dispõe da mão-de-obra necessária ao seu desenvolvimento e a indústria naval carece de investimentos. De acordo com o novo diretor presidente da Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi), Carlos Mauricio de Paula Barros, estes são os principais gargalos que impedem o desenvolvimento sustentável destas indústrias no país. O volume de oportunidades nos últimos anos é tão grande que está acima da capacidade das empresas de executar os projetos possíveis, afirma. 

O grande desafio é congregar as empresas em um esforço de desenvolvimento interno e externo para poder fazer frente aos investimentos que vêm pela frente. Os investimentos da Petrobras, por exemplo, já eram muito grandes e agora com a descoberta de reservas na chamada camada pré-sal ninguém sabe quanto ela terá de investir. Recentemente a companhia anunciou a construção de mais 44 navios e 40 sondas de perfuração, o que exigirá um grande montante de novos investimentos, disse.

De acordo com ele, há barreiras semelhantes estão no caminho das indústrias de siderurgia, papel e celulose e petroquímica. Barros alerta que mais recursos deverão ser investidos, pois as empresas não podem dobrar o faturamento sem reflexos internos, como necessidade de mais pessoal.

Barros aponta a falta de profissionais qualificados como o principal entrave para o crescimento da indústria. Segundo ele, a Abemi está trabalhando mais de perto com o setor de petróleo e gás, mas os problemas são comuns a outros segmentos.

A Abemi tem hoje programa de formação de pessoal que está acoplado ao Plano Nacional de Qualificação Profissional do Programa de Mobilização da Industria Nacional de Petróleo e Gás (Prominp) que prevê formar 130 mil pessoas de todos os níveis, desde gerentes até operários em geral, com investimento de R$ 220 milhões neste treinamento. Atualmente, entre formados e em formação, temos 30 mil pessoas. O programa começou em 2006 e procura suprir as demandas que foram vistas de falta de pessoal na época, somente do setor de petróleo e gás. 

O número de contemplados pelo programa está muito abaixo da realidade atual do mercado, acrescenta Barros, já que os planos da Petrobras estão sendo revistos com as recentes descobertas. Ele lembra que há grandes investimentos sendo feitos também em outras áreas da economia e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Com este nível de investimento no País, vai haver entrada de mais empresas estrangeiras. O petróleo no mar só vai ter desenvolvimento no Brasil e na África. Não vai ter no Golfo do México, no Mar do Norte, nem em nenhum outro lugar. Assim, as empresas que estão nestes lugares virão para cá. Eu não vejo problemas nisso, desde que estas empresas se instalem aqui e fiquem para dar emprego para os brasileiros, em vez de pegar os projetos daqui e levar lá para fora, o que pode ocorrer caso não tenhamos condição de fazer frente ás demandas do mercado, afirmou.

No processo de elaboração do curso de qualificação, a Abemi mapeou todos os empreendimentos de petróleo e gás, apurou quantas pessoas seriam necessárias para executar os projetos e de quantas as empresas dispunham. O processo levou mais de um ano até ser concluído. A associação ainda elaborou o perfil profissional ideal para cada função e criou cada um dos cursos. Para cada categoria há grade de disciplinas e determinado número de horas-aula. A Abemi também investigou em que regiões do País cada categoria era mais necessitada.

O diretor-presidente aponta outro gargalo, que dificulta ainda mais a formação profissional, que é a falta de professores.

Há gargalo também do outro lado. Não há pessoal suficiente para ensinar. Algumas vezes tentamos dobrar o número de turmas, mas não há professores disponíveis. São profissionais muito especializados. Estamos atuando neste limite.

Outra barreira detectada pela Abemi é na indústria naval. O setor ficou estagnado por muito tempo e, além de não ter pessoal, faltam estaleiros para construir navios. Para contornar esta barreira, Barros aponta novamente a necessidade de investimentos na área.

O empresariado hoje precisa ter pelo menos visão de médio prazo. A indústria naval precisa de investimento em novos estaleiros. Pelo menos três novos grandes estaleiros para fazer frente ao que se pretende desenvolver no Brasil. A indústria precisa de investimentos e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) precisa atuar com a velocidade que o mercado exige. Se não for rápido, estes projetos vão para fora. O Banco tem recursos limitados para a indústria naval. Há uma promessa para que isso seja revisto, comentou.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Fenasucro
Consolidada na área de Biogás, Mayekawa é presença confi...
11/08/25
Sergipe Oil & Gas 2025
“Descarbonização da matriz energética é o futuro”, diz g...
11/08/25
Pessoas
Novo presidente da PortosRio realiza visita ao Porto de ...
11/08/25
Fenasucro
ORPLANA debate sustentabilidade no setor canavieiro na F...
11/08/25
Paraíba
PBGás reduz preço do gás canalizado em 4,3% em agosto
11/08/25
Combustíveis
Etanol fecha semana em alta; Indicador Diário Paulínia r...
11/08/25
Biodiesel
Laboratórios podem se inscrever até 21/8 no Programa de ...
08/08/25
Petrobras
Segundo trimestre de 2025 apresenta lucro de R$ 26,7 bil...
08/08/25
Dutos
Sensor portátil do CNPEM em teste pode reduzir entupimen...
08/08/25
Combustíveis
Biodiesel ganha protagonismo na economia e no cotidiano ...
07/08/25
Pessoas
Alessandro Falzetta é o novo Diretor de Experiência do ...
07/08/25
Parceria
Vultur Oil e Mandacaru Energia são novas parcerias da MX...
07/08/25
Exportações
Firjan reitera preocupação com implementação de tarifaço...
07/08/25
Fenasucro
Fenasucro & Agrocana: 5 motivos para não perder a maior ...
06/08/25
Etanol
Produção do etanol de trigo é aposta para ampliação da m...
06/08/25
Carros elétricos
Programa Carro Sustentável faz vendas de modelos 1.0 sal...
06/08/25
Energia renovável
Com 4,2 GW ao longo de 2025, usinas renováveis dominaram...
06/08/25
Investimento
Grupo Potencial pretende investir R$ 2 bi em biorrefinar...
06/08/25
PD&I
Navio da Transpetro realiza inspeção estrutural utilizan...
06/08/25
Combustíveis
Diesel comum fica mais caro em julho, enquanto S-10 segu...
06/08/25
Bacia de Campos
Petrobras conclui cessão dos campos de Cherne e Bagre pa...
06/08/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

22