Meio ambiente

Mudanças climáticas: Brasil deve ser menos cobrado do que países desenvolvidos, diz especialista

Redação TN Petróleo/Assessoria
16/08/2021 13:57
Visualizações: 1684 (0) (0) (0) (0)

É fato que o planeta está aquecendo e as mudanças climáticas foram aceleradas pela ação humana. Desde a revolução industrial, ano após ano, emitimos mais e mais gases responsáveis pelo efeito estufa.

E com a crescente cobrança para que as nações atuem contra o aquecimento global, tem aumentado, também, a cobrança para que o Brasil reforce suas medidas de combate à poluição.

A professora de Economia Nadja Heiderich (foto) da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP) vê com ressalvas a cobrança internacional sobre o Brasil, e diz que tal cobrança não deve ser feita com o mesmo peso de responsabilidade dos países desenvolvidos, que poluem mais.

"Se compararmos as nações, a China corresponde a um quarto das emissões de gases poluentes, e os EUA emitem 15%. Somados, China, EUA e o bloco europeu correspondem a 45% das emissões globais. Colocar o Brasil em pé de igualdade, no momento de cobrança por ações, é injusto: o Brasil corresponde por 3% das emissões planetárias."

BRASIL É BASTANTE ATUANTE

Nadja lembra que o Brasil conseguiu, entre 2006 e 2017, a emissão de certificados de crédito de carbono na ONU, no montante de 7,8 bilhões de toneladas.

Divulgação

"O Brasil não era signatário em termos de obrigação ao Protocolo de Kyoto, mas voluntariamente aderiu. Esses certificados não foram adquiridos por países ricos. Havia promessa de que esse investimento viria, mas não houve reciprocidade. Há impasse entre países ricos, que requerem ações governamentais, e o governo brasileiro se acha no direito de cobrar os créditos de carbono que não foram pagos".

Para a especialista, tornar a economia brasileira neutra é viável, uma vez que já adotamos iniciativas mais limpas. Boa parte da nossa matriz energética é mais limpa do que a dos países desenvolvidos, com geração de energia por hidrelétricas e usinas eólicas. O mercado de energia solar está em crescimento, representando um grande potencial, para a redução da nossa dependência às hidrelétricas. Além disso, fomos pioneiros com etanol na década de 70 também, combustível que é mais limpo que o petróleo.

Divulgação"Somos um país que de fato cuida do meio ambiente, em comparação com outros. Temos sim que avançar para sermos ainda melhores, mas nos imputar responsabilidade que seria dos países ricos não é justo".

O governo brasileiro também se comprometeu com a meta de carbono zero até 2060, mas tem requerido aportes de países ricos para isso: o investimento para isso é estimado 10 bilhões de dólares por ano.

Outro dado interessante é que, de acordo com Ministério da Agricultura, o agronegócio cresceu 386% nos últimos anos, e a área cultivada só cresceu 33%. Mais: Há uma iniciativa de desmatamento ilegal zero até 2030, e 85% da Amazônia hoje é intocada. 12% da água doce preservada está no Brasil.

"Nosso agro é voltado para a tecnologia, e tem se adaptado para manter mercados da Europa, que se tornaram exigentes nas questões ambientais nos últimos anos, exigindo certificações, medidas sanitárias, etc. Isso nos deu um salto em inovação e tecnologia."

MUDANÇAS CLIMÁTICAS PARA A AGRICULTURA

Assim como em todo o mundo, o Brasil tem sentido os efeitos das mudanças climáticas.

"Principalmente no sul, sudeste e centro oeste, com geadas e temperaturas baixas não condizentes com e média histórica, além de ondas de frio consecutivas, vindas da região sul. Essas alterações no clima certamente afetarão a produção agrícolas, elevando preços", finaliza.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Meio ambiente
15 anos depois, artigo técnico sobre emissões fugitivas ...
21/08/25
ANP
Artur Watt Neto e Pietro Mendes são aprovados para diret...
21/08/25
Negócio
KPMG: fusões e aquisições em petróleo têm recuo de quase...
20/08/25
Petrobras
Construção da primeira planta de BioQAV e diesel renováv...
20/08/25
Indústria Naval
Firjan participa da abertura da Navalshore 2025
20/08/25
Margem Equatorial
Sonda afretada pela Petrobras chega ao Amapá para atuar ...
19/08/25
Fenasucro
Fenasucro & Agrocana 2025 movimenta R$ 13,7 bilhões em n...
19/08/25
Firjan
Rio ganha Centro de Referência em Metalmecânica da Firja...
19/08/25
PD&I
CEPETRO desenvolve para a Petrobras ferramenta que integ...
19/08/25
Pré-Sal
Com 900 mil barris de petróleo por dia, Campo de Búzios ...
18/08/25
Logística
PetroReconcavo e Dislub constroem rota inédita para esco...
18/08/25
IBP
Programa NAVE avança com 21 startups do setor de energia
18/08/25
Bacia de Campos
ANP interdita FPSO Peregrino
18/08/25
Fenasucro
Fenasucro & Agrocana encerra edição com recorde de públi...
18/08/25
Combustíveis
Etanol anidro e hidratado sobem na segunda semana de ago...
18/08/25
Emprego
Firjan alerta: aumento do FOT cria tarifaço fluminense e...
15/08/25
Pré-Sal
PRIO vence disputa por carga de Atapu e pela primeira ve...
15/08/25
Petrobras
Com 225 mil barris/dia, FPSO Almirante Tamandaré bate re...
15/08/25
Resultado
Porto do Rio de Janeiro lidera crescimento entre os port...
15/08/25
Etanol de milho
Biocombustível impulsiona uso do milho e amplia fronteir...
15/08/25
ANP
TIP ANP: 3ª edição do evento debateu temas relacionados ...
15/08/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.