<P>Carros chineses não só serão importados para o Brasil a partir do ano que vem como serão produzidos no vizinho Uruguai, com todas as vantagens tarifárias do Mercosul.</P><P>Uma fábrica de automóveis desativada de um grupo argentino -que estava sendo usada só para o serviço de blindagem d...
Folha de S. PauloCarros chineses não só serão importados para o Brasil a partir do ano que vem como serão produzidos no vizinho Uruguai, com todas as vantagens tarifárias do Mercosul.
Uma fábrica de automóveis desativada de um grupo argentino -que estava sendo usada só para o serviço de blindagem de veículos- será transformada na primeira montadora da chinesa Chery nas Américas.Estatal pertencente à cidade de Wuhu e à Província de Anhui (no sudeste do país) e fundada em 1997, a empresa já exporta para 53 países e sua produção cresce neste ano no alucinante ritmo de cerca 80% com relação ao ano passado. Seu patrimônio estimado é de US$ 1,3 bilhão.
O projeto, que prevê investimento inicial de US$ 100 milhões, inclui, em uma segunda etapa, a instalação de outra fábrica no Brasil ou na Argentina. De acordo com o grupo Macri, parceiro argentino dos chineses, o Brasil tem a seu favor o fato de que compra quatro vezes mais carros que a Argentina.
Serão usadas autopeças feitas por indústrias brasileiras e argentinas, em parcerias que estão sendo negociadas.Instalada em Montevidéu, a Chery Mercosul -sociedade com 51% de capital chinês e 49% da empresa Socma, que terá capital argentino e uruguaio- poderá competir de igual para igual com qualquer outra montadora instalada no Mercosul.
Aos automóveis fabricados em países fora do bloco é aplicada tributação de 35%. Pelo regime automotivo do Mercosul, o índice de nacionalização dos veículos vai de 40%, no primeiro ano, a 60%, no terceiro.Em princípio, dois modelos serão produzidos: o utilitário Tiggo, que, com tração 4x4, deve custar US$ 24 mil (cerca de R$ 52 mil) no mercado argentino; e o QQ, carro popular que pretende ganhar mercado do Ford Fiesta, cujo preço não foi divulgado. De todo modo, o preço dos carros no Brasil deve ser maior que na Argentina, em razão dos impostos. A meta é alcançar a produção de 25 mil veículos no terceiro ano -10 mil unidades do Tiggo e 15 mil do QQ.
De acordo com projeções, a indústria automobilística da China deve superar a França e tornar neste ano o país a quarta fabricante mundial de carros, com 4 milhões de unidades.A negociação entre chineses, argentinos e uruguaios durou dois anos. Um consultor que trabalhou um ano no projeto disse à Folha que os chineses, para fechar um negócio, precisam considerar o sócio um amigo e que não basta que a oportunidade apresentada seja financeiramente atrativa.Com negócios na China desde os anos 80, Franco Macri, fundador do grupo argentino que leva seu nome, acaba de ser nomeado conselheiro para investimentos chineses na América Latina pela Associação para Promoção e Desenvolvimento Industrial daquele país. Será uma espécie de ponte para empresas chinesas interessadas em investir na região.
ÍNDIAA Tata Motors, maior companhia automobilística da Índia, segundo o India Times, também levará sua aliança com a Fiat para o Mercosul.O plano das duas empresas seria produzir um novo modelo de picape para o mercado latino-americano em Córdoba, na Argentina. O lançamento seria no segundo semestre de 2008.
Fonte: Folha de S. Paulo
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