Negócios

MMX revisa o plano de negócios

Intenção é reduzir o risco de execução financeira do projeto de expansão de Serra Azul, no quadrilátero ferrífero de Minas Gerais. O porto Sudeste, em fase final de construção pela mineradora em Itaguaí, na regi&a

Valor Econômico
16/04/2013 11:44
Visualizações: 190 (0) (0) (0) (0)
A MMX, empresa de mineração do grupo EBX, está revisando seu plano de negócios para reduzir o risco de execução financeira do projeto de expansão de Serra Azul, no quadrilátero ferrífero de Minas Gerais. O objetivo é preservar o caixa da companhia, hoje de R$ 1,2 bilhão, até que seja emitida a licença ambiental da barragem de rejeitos do projeto. Orçado em R$ 4,8 bilhões, Serra Azul obteve a licença para a usina de beneficiamento de minério, mas ainda falta o sinal verde do órgão ambiental de Minas para a instalação da barragem.

A revisão deve estender o cronograma da expansão de Serra Azul para além de 2015. "A questão principal hoje não é tanto de cronograma, mas sim de preservação do caixa enquanto a licença [ambiental] não sai", disse ao 'Valor' o presidente da MMX, Carlos Gonzalez. A MMX tem expectativa de que a licença seja emitida até a agosto, o que poderá coincidir com a aprovação de financiamento de R$ 3 bilhões solicitado pela empresa ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O empréstimo do banco, cuja aprovação é esperada para o segundo semestre, vai ajudar a compor o investimento de Serra Azul.

Até agora, a MMX vem trabalhando com a previsão de produzir 29 milhões de toneladas de minério de ferro em Serra Azul no primeiro semestre de 2015, o que representa quase cinco vezes a produção de 6 milhões de toneladas obtida pela empresa em seu sistema Sudeste, em 2012. Gonzalez disse que a empresa está revisitando os números que compõem a produção de 29 milhões de toneladas. O trabalho inclui análises como produtividade, disponibilidade física de equipamentos e recuperação em massa. Ao fim do trabalho, pode ocorrer que o número do projeto de expansão mude para 28 milhões de toneladas, previu o executivo.

O volume de 29 milhões considera a expansão da lavra nas antigas minas AVG e Minerminas, que compõem o sistema Sudeste da MMX. O volume não inclui o projeto de Pau de Vinho, arrendado pela MMX da Usiminas. O porto Sudeste, em fase final de construção pela mineradora em Itaguaí, na região metropolitana do Rio, está fora dessa revisão do plano de negócios. A previsão é começar a operação do porto em dezembro de 2013 com capacidade de 12,5 milhões de toneladas. Esse volume será gradativamente ampliado até chegar a 50 milhões de toneladas em 2016.

Gonzalez negou que a revisão do plano de negócios signifique que o projeto de Serra Azul está entrando em compasso de espera. O mercado considera, porém, que os gastos do projeto ainda são muitos baixos. A avaliação é que ainda há muitas incertezas em relação à MMX. "O desafio para o investidor é quantificar o valor da empresa considerando a data de início da expansão de Serra Azul, o investimento e o escopo do projeto", disse Marcelo Aguiar, analista de mineração do Goldman Sachs. O banco trabalha com o início da operação do projeto em 2015 em escala crescente de produção que atingiria 100% da capacidade em 2017.

Os atrasos no projeto de expansão de Serra Azul não têm sido bem-vistos pelo mercado pois, como diz Aguiar, a MMX está se alavancando em um momento em que as projeções de preço para o minério de ferro são de queda nos próximos anos. E, nesse cenário, a empresa conseguiria realizar um caixa menor. É preciso considerar ainda o fato de que há novos projetos de minério de ferro previstos para entrar em operação a custos menores, caso de Vale, BHP Billiton e Rio Tinto, disse o analista do Goldman Sachs.

Esse ambiente tem se refletido nas ações da empresa. Ontem a ação da MMX caiu 9,41% e, em doze meses, acumulou perda de 79,61%. Gonzalez entende que o papel da MMX tem sido penalizado não só pelas dificuldades do grupo EBX. Afirma que, por ser listada no Brasil, a ação da empresa sofre com as incertezas criadas pelas discussões do novo marco regulatório da mineração.

Para o executivo, a companhia está com sua situação financeira confortável depois de ter concluído um aumento de capital em que recebeu aporte de R$ 1,36 bilhão, sendo 82% desse total feito pelo controlador.

O R$ 1,2 bilhão em caixa mais o financiamento de R$ 3 bilhões esperado do BNDES vão compor o investimento necessário para Serra Azul. Ricardo Assef, diretor financeiro da MMX, disse que haverá também complementação de recursos para o projeto com créditos que poderão ser concedidos por agências multilaterais da China, Coreia e Europa.

O executivo mostrou-se tranquilo em relação ao endividamento da MMX, cuja dívida bruta total era de R$ 3,11 bilhões em dezembro de 2012. Desse total, R$ 1,29 bilhão vence em 2013, mas, de acordo com Assef, os vencimentos estão mais concentrados no fim do ano. "Uma parte, de R$ 300 milhões, referente a uma nota promissória do Bradesco, está equacionada". Esse título será quitado e substituído por financiamento de longo prazo do BNDES aprovado para o porto Sudeste, o que deve ocorrer em maio. O Sudeste tem R$ 930 milhões de empréstimos a receber do BNDES, informa a MMX.
Mais Lidas De Hoje
veja Também
ROG.e 2024
Eventos paralelos da ROG.e têm foco em temas centrais do...
18/09/24
ROG.e 2024
Armacell apresenta soluções e equipamentos em isolamento...
18/09/24
ROG.e 2024
Foco no cliente: a agenda de solução e simplificação do ...
17/09/24
Evento
Começa amanhã a Conferência Ethos 360° São Paulo
17/09/24
ROG.e 2024
Válvulas de controle aumentam produtividade e confiabili...
17/09/24
ROG.e 2024
Subsea7 reúne lideranças de principais entidades do seto...
17/09/24
PPSA
Produção de petróleo da União ultrapassa 86 mil barris p...
17/09/24
Descomissionamento
FGV Energia promove 1º Seminário de Descomissionamento O...
17/09/24
Recursos Humanos
Trabalho remoto, ESG e inteligência artificial impulsion...
17/09/24
ROG.e 2024
Foresea apresentará inovação para gabaritagem de drill p...
17/09/24
Pessoas
Flávio Loução é o novo diretor de inovação do Grupo Energisa
16/09/24
Energia Elétrica
Fórum de Eficiência Energética abre Smart Energy 2024
16/09/24
ROG.e 2024
Firjan SENAI SESI apresenta a importância dos mercados d...
16/09/24
Etanol
Hidratado despenca 4% na semana; anidro recua 2,75%
16/09/24
Itaboraí
Petrobras: 21 milhões de m³ de gás natural serão ofertad...
14/09/24
Evento
ANP participa da ExpoPostos & Conveniência 2024
13/09/24
Goiás
A Força do agronegócio e da agroindústria no desenvolvim...
13/09/24
Etanol
Atualização dos impactos das queimadas para os produtore...
13/09/24
Sustentabilidade
Bahiagás lança primeira edição do seu Relatório de Suste...
13/09/24
Negócio
Oil States conquista novo contrato de Serviços de Oficin...
12/09/24
PD&I
USP e FIT desenvolvem equipamento para avaliação da capa...
12/09/24
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

20