Além do aumento de capital de R$ 6,4 bilhões decidido na semana passada pelo governo, o BNDES receberá também este ano um novo aporte de recursos do Tesouro Nacional para sustentar seu programa de novos empréstimos, em valor ainda indefinido. A informação foi dada ontem pelo ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel. "Eu não sei quanto será, não sou ministro da Fazenda, mas será menor do que os R$ 80 bilhões do ano passado", afirmou.
No ano passado, o ministro Guido Mantega, da Fazenda, chegou a dizer que não haveria mais necessidade de aportes ao banco. Em 2009 o BNDES recebeu R$ 100 bilhões e em 2010, R$ 80 bilhões. O repasse de recursos do Tesouro recebeu várias críticas. Uma delas foi de que o Tesouro estaria elevando a dívida pública bruta para emitir títulos para viabilizar os aportes.
O governo do presidente Lula justificou os aportes como forma de financiar a ação anticíclica do BNDES, impedindo que o Brasil fosse mais fortemente atingido pela crise econômica internacional.
Segundo Pimentel, enquanto o aporte de recursos tem o objetivo de assegurar a continuidade dos financiamentos do banco a vários projetos incluídos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a capitalização do banco tem apenas o objetivo de manter a instituição enquadrada no Acordo da Basileia, o conjunto de recomendações internacionais que sugere níveis máximos de alavancagem para as instituições bancárias.
As declarações de Pimentel foram feitas em Xerém, distrito de Duque de Caxias, no Campus de Laboratórios do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). Ele presidiu cerimônia de assinatura de protocolo de Intenções entre o Inmetro e a Fiat para pesquisas conjuntas para o desenvolvimento de motores que utilizem fontes de energia mais limpas.