Agência Estado
O setor da cana-de-açúcar vive um momento ímpar. Ao mesmo tempo que pipocam casos de recuperação judicial de usinas e os empresários reclamam da falta de crédito e da tradicional ajuda governamental, o negócio virou alvo de bilhões de dólares. Em jogo, um mercado com grande potencial dentro e fora do Brasil. No primeiro bimestre de 2009 o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) liberou R$ 1,5 bilhão para as usinas. O volume de recursos deve aumentar quase 10% neste ano e chegar a R$ 7 bilhões. A maior demanda tem sido por recursos para financiar fusões e aquisições. A pedido do governo, a direção do BNDES esboça uma linha de recursos para capital de giro.
A Cosan, líder do setor, anunciou na segunda-feira um acordo de R$ 1,2 bilhão entre a Rumo, sua empresa na área de transportes, com a ALL, de logística, para construir um corredor de escoamento de açúcar e álcool do interior paulista até o porto de Santos. Bernardo Hees, presidente da ALL, está animado: “O potencial do mercado sucroalcooleiro é muito grande e o Brasil é o país mais competitivo do mundo”.
Na sexta-feira, outro lance de peso. A Cosan arrematou a concorrente NovAmérica sem desembolsar um centavo, apenas com a troca de ações.
O bilionário Eike Batista acaba de anunciar a criação de um fundo para investir na compra de empresas da cadeia de exportação de etanol, da indústria naval e unidades de tancagem nos portos. A intenção é captar de US$ 5 bilhões a US$ 10 bilhões.
A Petrobras Biocombustível é outra protagonista. A empresa aportará no etanol R$ 2,4 bilhões até 2013. Há 17 projetos nos planos. O objetivo é investir na produção de etanol, seja com a construção de usinas ou por meio da participação de até 20% no capital de projetos existentes, com o objetivo de abastecer o mercado internacional.
“Temos recebido vários grupos com o caixa baixo. Infelizmente não somos banco e não vamos entrar numa sociedade para pagar dívida”, diz o diretor Fernando Cunha.
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