Redação TN Petróleo/Assessoria Copersucar
Preocupado com as mudanças climáticas, o mundo caminha a passos largos para uma economia global de baixo carbono, com diversas nações assumindo o compromisso de se tornarem economias carbono neutro. Países como os Estados Unidos, Canadá, Japão e do bloco da União Europeia já se comprometeram com esta meta até 2050. Aqui na América do Sul, o Chile também seguiu o mesmo caminho. A China prometeu neutralidade carbônica até 2060.
Nesse cenário, o mercado de créditos de descarbonização instituído pela Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio) vem se tornando referência no País e pode servir de exemplo para o mundo em um momento tão importante. No início de novembro, acontecerá a COP-26, em Glasgow (Escócia), onde representantes de diversos países devem aprofundar a regulação da precificação do carbono no mercado futuro, tornando-o uma commodity global.
O programa RenovaBio, que obriga as distribuidoras de combustíveis fósseis a comprar e aposentar os títulos de crédito de carbono (CBios) gerados pelas produtoras de biocombustíveis como forma de compensar suas emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), passará por um período de crescimento.
Dados recentes do Ministério de Minas e Energia revelam que a quantidade de CBios disponíveis para negociação na B3 alcançou 11,3 milhões na segunda quinzena de março. O resultado é a soma do saldo excedente de 2020 com os títulos registrados nos primeiro meses de 2021, o que representa 46% da meta de 24,86 milhões que as distribuidoras devem cumprir neste ano.
Em 2020, o primeiro de vigência do RenovaBio, foram gerados mais de 18,5 milhões de CBios, superando a meta de 14,89 milhões, dos quais 14,61 milhões foram aposentados (saíram de circulação). O valor dos títulos, que no início da comercialização, em junho de 2020, era de R? 20, chegou a R? 70, mantendo-se em torno de R? 40 durante o ano.
"Sem dúvida, é um mercado competitivo e muito promissor, que vai se ajustando à medida que cresce a participação das distribuidoras", avalia o chefe da mesa de commodities do banco Santander, Boris Gansev. "A expectativa é melhorar ainda mais em 2021, pois haverá mais oferta de CBios no mercado." A instituição financeira, que firmou contrato com a Copersucar para escriturar os CBios emitidos pelas usinas sócias ainda no lançamento da safra 2019/2020, hoje é responsável por quase 80% das escriturações no mercado.
Juntas, as 34 usinas sócias da Copersucar foram as maiores emissoras de CBios em 2020, com cerca de três milhões títulos registrados, equivalente a 18% de todo o mercado de biocombustíveis. Como um CBio corresponde a uma tonelada de poluentes que deixa de ser lançada na atmosfera, a Copersucar tirou 3,1 milhões de toneladas de carbono da atmosfera ou o equivalente a quase 22 milhões de árvores em termos de captura de carbono. Vale lembrar que no caso do etanol proveniente da cana-de-açúcar, todo o processo de produção do combustível chega a ser 90% menos poluente que o da gasolina.
Usinas melhoram Nota de Eficiência Energético-Ambiental
A Copersucar vem apoiando suas associadas produtoras de etanol no aperfeiçoamento da gestão dos indicadores ambientais do RenovaBio, para que melhorem a Nota de Eficiência Energético-Ambiental (NEEA) na recertificação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o que dá direito a emitirem e comercializarem mais CBios.
"O RenovaBio estimula melhorias de gestão, de rastreabilidade do produto e de aumento dos investimentos em tecnologia, tornando todo o processo produtivo mais eficiente", pontua a gerente de Sustentabilidade e Meio Ambiente da Copersucar, Monica Jaén. "Isso é positivo para as usinas, a companhia, a sociedade e o país, pois a redução de emissões poluentes, além de melhorar a qualidade do ar, contribui para que o país cumpra os compromissos assumidos no Acordo de Paris", analisa, referindo-se à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2015, a COP-21, realizada na capital francesa.
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