Campos Marginais

Medidas Fiscais com Impacto Desproporcional às Operadoras Independentes e aos Campos Maduros e Marginais do Setor de Petróleo e Gás

Redação TN Petróleo/Assessoria ABPIP
04/06/2025 11:25
Medidas Fiscais com Impacto Desproporcional às Operadoras Independentes e aos Campos Maduros e Marginais do Setor de Petróleo e Gás Imagem: Divulgação Visualizações: 454 (0) (0) (0) (0)

A Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás (ABPIP), entidade civil que representa os produtores independentes no Brasil, vem a público expressar profunda preocupação diante das informações veiculadas na imprensa nacional sobre a possível adoção, pelo governo federal, de medidas fiscais com foco específico no setor de exploração e produção de petróleo e gás natural, com o objetivo de gerar arrecadação extraordinária para contribuição ao ajuste fiscal.

As discussões em curso envolvem, entre outros pontos, a revisão de instrumentos de fixação de preços de referência e de mecanismos de cálculo das participações governamentais, com impactos potenciais especialmente concentrados sobre campos maduros, acumulações marginais e operadoras independentes — segmentos que, justamente por suas características econômicas e operacionais, demandam estímulos específicos à manutenção e continuidade da produção.

Embora reconheçamos que o equilíbrio fiscal seja um objetivo legítimo do Estado, isso não pode ocorrer às custas da viabilidade econômica de ativos maduros e marginais, cuja produção é essencial para a manutenção de empregos, a dinamização de economias regionais e a segurança energética, especialmente nas regiões Norte e Nordeste do país.

A eventual adoção de medidas fiscais sem a devida análise de impacto regulatório, consulta pública e mecanismos de transição adequados, viola o princípio da confiança legítima, colocando em risco centenas de operações produtivas. As consequências são sérias e podem incluir: abandono prematuro de campos, retração de investimentos,
perda de postos de trabalho e queda estrutural da arrecadação futura — o que representa, em última instância, o oposto do efeito desejado.

É importante destacar que mudanças recentes, ainda em fase de estudo, propostas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) na metodologia de cálculo dos preços de referência já impõem significativa pressão sobre as margens operacionais das empresas independentes. Tais mudanças não consideram as especificidades técnicas e econômicas dos campos maduros e marginais, podendo representar acréscimos superiores a 15% em determinados cenários — o que pode tornar economicamente inviável grande parte dos ativos hoje em operação.

Ressaltamos, ainda, que o setor de petróleo e gás já é altamente tributado, com dois de cada três barris produzidos destinados ao pagamento de tributos, taxas e participações governamentais. O aumento adicional e seletivo dessa carga sobre os projetos menos resilientes compromete a diversidade empresarial e desestrutura a lógica de incentivo que sustenta a política energética brasileira nos últimos anos.

A previsibilidade regulatória e jurídica não é apenas uma demanda legítima do setor produtivo — é condição fundamental para o investimento de longo prazo em uma indústria de capital intensivo e de retorno prolongado. Medidas abruptas neste momento podem afetar a confiança dos investidores, ampliar o risco regulatório e comprometer o futuro da indústria brasileira do petróleo e gás.

A ABPIP reitera seu compromisso com o desenvolvimento sustentável do país e com o diálogo institucional técnico, transparente e respeitoso. E solicita que quaisquer propostas com impacto fiscal ou regulatório relevante sobre o setor sejam precedidas de análise técnica setorializada, diálogo interinstitucional e respeito à diversidade de modelos de negócios que compõem essa indústria estratégica para o Brasil.
 

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Royalties
Royalties: valores referentes à produção de maio para co...
24/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Sergipe reforça protagonismo nacional no setor energétic...
24/07/25
Etanol de milho
Participação do etanol de milho cresce e ganha protagoni...
24/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Avanço do Sergipe Águas Profundas e descomissionamento d...
24/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Potencial de Sergipe na produção de óleo e gás é destaqu...
23/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Sergas tem participação no Sergipe Oil & Gas 2025 com fo...
23/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Quarta edição do Sergipe Oil & Gas destaca Sergipe no me...
23/07/25
PD&I
ANP realiza workshop sobre Fundo de Investimento em Part...
23/07/25
Bacia de Campos
ANP aprova acordo de individualização da produção do pré...
23/07/25
Fenasucro
Fenasucro & Agrocana impulsiona economia regional e gera...
23/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Eneva celebra 5 anos do Hub Sergipe durante o Sergipe Oi...
23/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Sebrae e rede Petrogas levam soluções e serviços de pequ...
22/07/25
Resultado
Compagas registra resultados históricos e acelera expans...
21/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Governo do Estado apoia 4ª edição de Sergipe Oil & Gas e...
21/07/25
Gás Natural
Sergipe lidera debate nacional sobre redes estruturantes...
21/07/25
Fenasucro
Brasil ocupa posição de destaque mundial na cogeração re...
21/07/25
Resultado
Revap alcança recordes históricos no 1º semestre com die...
21/07/25
Combustíveis
Etanol registra nova queda, segundo Cepea/Esalq
21/07/25
RenovaBio
Primeira lista de distribuidores de combustíveis inadimp...
19/07/25
Energia Solar
Transpetro inaugura usina solar para abastecer o Termina...
17/07/25
Internacional
IBP participa do World Oil Outlook da OPEP com análise s...
17/07/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

22