Campos Marginais

Medidas Fiscais com Impacto Desproporcional às Operadoras Independentes e aos Campos Maduros e Marginais do Setor de Petróleo e Gás

Redação TN Petróleo/Assessoria ABPIP
04/06/2025 11:25
Medidas Fiscais com Impacto Desproporcional às Operadoras Independentes e aos Campos Maduros e Marginais do Setor de Petróleo e Gás Imagem: Divulgação Visualizações: 452 (0) (0) (0) (0)

A Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás (ABPIP), entidade civil que representa os produtores independentes no Brasil, vem a público expressar profunda preocupação diante das informações veiculadas na imprensa nacional sobre a possível adoção, pelo governo federal, de medidas fiscais com foco específico no setor de exploração e produção de petróleo e gás natural, com o objetivo de gerar arrecadação extraordinária para contribuição ao ajuste fiscal.

As discussões em curso envolvem, entre outros pontos, a revisão de instrumentos de fixação de preços de referência e de mecanismos de cálculo das participações governamentais, com impactos potenciais especialmente concentrados sobre campos maduros, acumulações marginais e operadoras independentes — segmentos que, justamente por suas características econômicas e operacionais, demandam estímulos específicos à manutenção e continuidade da produção.

Embora reconheçamos que o equilíbrio fiscal seja um objetivo legítimo do Estado, isso não pode ocorrer às custas da viabilidade econômica de ativos maduros e marginais, cuja produção é essencial para a manutenção de empregos, a dinamização de economias regionais e a segurança energética, especialmente nas regiões Norte e Nordeste do país.

A eventual adoção de medidas fiscais sem a devida análise de impacto regulatório, consulta pública e mecanismos de transição adequados, viola o princípio da confiança legítima, colocando em risco centenas de operações produtivas. As consequências são sérias e podem incluir: abandono prematuro de campos, retração de investimentos,
perda de postos de trabalho e queda estrutural da arrecadação futura — o que representa, em última instância, o oposto do efeito desejado.

É importante destacar que mudanças recentes, ainda em fase de estudo, propostas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) na metodologia de cálculo dos preços de referência já impõem significativa pressão sobre as margens operacionais das empresas independentes. Tais mudanças não consideram as especificidades técnicas e econômicas dos campos maduros e marginais, podendo representar acréscimos superiores a 15% em determinados cenários — o que pode tornar economicamente inviável grande parte dos ativos hoje em operação.

Ressaltamos, ainda, que o setor de petróleo e gás já é altamente tributado, com dois de cada três barris produzidos destinados ao pagamento de tributos, taxas e participações governamentais. O aumento adicional e seletivo dessa carga sobre os projetos menos resilientes compromete a diversidade empresarial e desestrutura a lógica de incentivo que sustenta a política energética brasileira nos últimos anos.

A previsibilidade regulatória e jurídica não é apenas uma demanda legítima do setor produtivo — é condição fundamental para o investimento de longo prazo em uma indústria de capital intensivo e de retorno prolongado. Medidas abruptas neste momento podem afetar a confiança dos investidores, ampliar o risco regulatório e comprometer o futuro da indústria brasileira do petróleo e gás.

A ABPIP reitera seu compromisso com o desenvolvimento sustentável do país e com o diálogo institucional técnico, transparente e respeitoso. E solicita que quaisquer propostas com impacto fiscal ou regulatório relevante sobre o setor sejam precedidas de análise técnica setorializada, diálogo interinstitucional e respeito à diversidade de modelos de negócios que compõem essa indústria estratégica para o Brasil.
 

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Resultado
ANP divulga dados consolidados em inglês do setor regula...
28/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Valge se prepara para comemorar 30 anos com foco no cres...
28/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Em sua 4ª edição, SOG25 supera expectativas e já tem dat...
28/07/25
Sergipe
Governo de Sergipe e Petrobras fortalecem parcerias e di...
28/07/25
Combustíveis
ANP vai rever atividade de formulação de gasolina e óleo...
28/07/25
GNV
Naturgy anuncia redução de tarifas de gás natural em agosto
28/07/25
Gás Natural
Petrobras atualiza preços do gás natural para distribuidoras
28/07/25
ANP
Inscrições para o Prêmio ANP de Inovação Tecnológica 202...
28/07/25
Drilling
Foresea se consolida na liderança do setor de perfuração...
28/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Sergipe Oil & Gas encerra quarta edição com anúncios da ...
28/07/25
Aviação
Firjan projeta volume dos combustíveis sustentáveis de a...
28/07/25
Combustíveis
Etanol registra variação mista entre os dias 21 e 25 de ...
28/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Sergipe Oil & Gas 2025 destaca competitividade do gás na...
25/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Márcio Félix, presidente da ABPIP, enxerga futuro promis...
25/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Sergas destaca avanços e interiorização do gás natural d...
25/07/25
Oferta Permanente
ANP aprova estudos do Projeto Calcita e pode dar origem ...
25/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Mercado de gás natural é destaque no segundo dia do Serg...
25/07/25
PPSA
União passa a contar com participação de 1,89% na Jazida...
24/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Inovaren marca presença na SOGE – Sergipe Oil & Gas 2025
24/07/25
Pessoas
Nova interina assumirá em 25/7 Diretoria 4 da ANP
24/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Sebrae participa da abertura do Sergipe Oil&Gas 2025
24/07/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

22