Jornal do Commercio
O Departamento de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) informou ontem que a decisão da Petrobras de reduzir as importações de gás natural da Bolívia pode envolver a Argentina. Técnicos da Federação avaliam que a estatal brasileira não tem a flexibilidade de 30% no contrato com os bolivianos sem sofrer efeitos da cláusula conhecida como take or pay. Esse dispositivo do contrato prevê que a Petrobras tenha de pagar pelo gás mesmo se não importá-lo. A Fiesp informou que trabalha com a suposição de que o gás que não será trazido para o Brasil deverá ser desviado para a Argentina.
"Essa redução de 30% das importações só poderia ser feita mediante uma acordo tripartite, que envolveria também a Argentina e a Bolívia. Isso não foi anunciado, mas uma redução desse nível, sem um prejuízo da Petrobras, só poderia ocorrer com o envolvimento de um terceiro", disse Carlos Antônio Cavalcanti, diretor de infraestrutura da Fiesp.
Segundo ele, os argentinos importam GNL ao custo de US$ 22 por milhão de BTU, enquanto o Brasil paga US$ 7,50 por milhão de BTU. Ao consumidor final, o governo argentino entrega gás ao valor de US$ 2 por milhão de BTU.
"Seria uma grande negócio para a Argentina, não vamos nos surpreender com a ampliação dos volumes de gás para a Argentina. A preocupação da Fiesp é saber se, quando precisarmos do gás, vamos tê-lo", disse Cavalcanti.
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